“Uma ação de fanáticos contra civis israelenses inocentes”. Foi assim que Luiz Inácio descreveu o 7 de outubro palestino na sessão de abertura da Assembleia Geral da autointitulada Organização das Nações Unidas (ONU), hoje (24).
A classificação ocorreu durante um discurso duas caras de Luiz Inácio: ao mesmo tempo que atacava Israel, legitimava o “direito a defesa” do Estado sionista e buscava deslegitimar a resistência palestina.
Sejamos claros: o que ocorreu no 7 de outubro não foi uma “ação de fanáticos”. Foi uma operação militar de vários grupos políticos da Palestina, minuciosamente preparada durante dois anos, e que tinha objetivos políticos claros.
Foi uma operação montada contra um regime colonial de ocupação, dominação e apartheid. Portanto, dentro das leis e normas do próprio direito internacional.
A operação visou atingir instalações militares do Estado sionista, postos de controle e bases policiais. Os civis foram, em sua maioria, capturados vivos e assim levados à Faixa de Gaza – algo ainda permitido pelo direito internacional.
A maioria das mortes de civis foi causada pelas próprias tropas israelenses, conforme apontam investigações de jornais como o Al Jazeera e mesmo o diário monopolista australiano ABC.
Não há, aqui, ação de fanáticos. Depois do 7 de outubro, a popularidade dos grupos que vanguardearam a operação cresceu tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia.
Uma pesquisa do Centro Palestino para Pesquisas e Levantamentos Políticos feita entre maio e junho de 2024 mostrou que o apoio à luta armada cresceu 17 pontos percentuais e, ao Hamas, 6 pontos em relação ao período de três meses imediatamente anterior.
Para manter a aparência de moderado, Luiz Inácio também criticou os números do genocídio palestino, citando os mais de 40 mil mortos em Gaza.
As dúvidas que ficam é quando essas críticas vão se converter em algo real. Ou seja, quando Luiz Inácio vai abandonar a posição de conciliador e romper, de uma vez por todas, os laços do Estado brasilleiro com o regime nazisionista.