Na roleta russa da Reforma Ministerial de Luiz Inácio, a única certeza é o ministério da Agricultura

O oportunista Luiz Inácio pretende realizar sua reforma ministerial até o dia 18 de agosto, sexta-feira, para dar mais espaço ao chamado “Centrão” em seu governo.

Na roleta russa da Reforma Ministerial de Luiz Inácio, a única certeza é o ministério da Agricultura

O oportunista Luiz Inácio pretende realizar sua reforma ministerial até o dia 18 de agosto, sexta-feira, para dar mais espaço ao chamado “Centrão” em seu governo.

O oportunista Luiz Inácio pretende realizar sua reforma ministerial até o dia 18 de agosto, sexta-feira, para dar mais espaço ao chamado “Centrão” em seu governo. Em meio a incertezas para muitos ministérios, o que se mantém é a primazia absoluta do Ministério da Agricultura, que tem atendido a todas as exigências do latifúndio, creditado como a base da economia (subjugada) brasileira. 

A reforma, por sua vez, faz parte dos esforços do petista para aprovar com mais agilidade as medidas draconianas no Congresso, como o novo teto de gastos (“arcabouço fiscal”), atendendo aos interesses das classes dominantes locais, principalmente do latifúndio, e o imperialismo, diante da crise econômica.

Pragmatismo reacionário

As mudanças ocorrem para que se abra espaço no “primeiro escalão” do governo aos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), tornando mais fáceis as negociações com o “Centrão” na Câmara. Também estão na mira ministérios cujos titulares não têm filiação partidária – mais do mesmo no jogo de cartas marcadas –, e até a dita “representatividade” no governo foi rapidamente sacrificada, com ministérios gerenciados por mulheres na mira para serem entregues a figuras mais influentes do “Centrão”.

Para consolar os ministros que ficarão “desassistidos”, Luiz Inácio aumentou nos últimos meses o valor liberado para as “emendas parlamentares” Desde julho, foram empenhadas R$ 1,45 bilhão de verbas em emendas, frente a R$ 634 milhões do início do ano até junho. 

Hegemonia do latifúndio no governo

As grandes chances de que Fávaro continue no cargo do Ministério da Agricultura são sinal de que o latifúndio continuará a dar o tom ao governo de Luiz Inácio. Desde o início do ano, a gestão de Lula ficou marcada pelas ofensivas contra os camponeses em luta pela terra e as benesses ao latifúndio. No início de agosto, a “CPI do MST” retornou aos trabalhos e foi marcada por verdadeiros espetáculos reacionários destinados a criminalizar a luta pela terra. Até agora, o governo não formulou um plano sólido para a esquecida “reforma agrária” ou de incentivo aos pequenos produtores. 

Já o fim do primeiro semestre ficou marcado pelo lançamento do “Plano Safra”, que destinou R$ 364,22 bilhões em crédito ao latifúndio. O setor promete pedir mais, usando como moeda de troca a “supersafra” do primeiro semestre. O “agro” foi agraciado também com as emendas parlamentares. O Ministério da Agricultura já empenhou cerca de 66% do total previsto para o ano para o setor (R$ 279,5 milhões).

Destaca-se que, das verbas empenhadas pelo ministério em junho e julho, metade foram destinadas ao Mato Grosso para “estímulo do setor agropecuário”. O estado é reduto de latifundiários próximos à Fávaro, que chegou a ser presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT). 

Até o momento, Fávaro, que chegou a ser elogiado por Luiz Inácio como “uma dessas coisas boas que aconteceram em um governo que não é um clube de amigos” é o elemento mais garantido para manter seu cargo. Além dessa certeza, o mais previsível é que a entrega de todo o governo ao “Centrão” aumentará, bem como o cumprimento das medidas das classes dominantes por partes dos ministros, como parte dos esforços para manterem seus cargos (a exemplo de Fernando Haddad, que cumpriu papel emblemático de emissário do imperialismo e classes dominantes desde o início da gestão). Por outro lado, a maior dúvida é se, ao fim da reforma, restará ainda algum ministro que cumpra com a demagogia eleitoreira de Luiz Inácio. 

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