A Redação de AND recebeu, em sua sede, a advogada popular Lenir Correia Coelho para uma entrevista exclusiva sobre a situação da criminalização da advocacia em defesa do povo e em defesa da luta pela terra em Rondônia.
A advogada popular, Lenir Correia, membro da Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) e da Rede Nacional de Advogados Populares (Renap), teve sua casa invadida no dia 23 de novembro, em meio a ações promovidas como parte da Operação “Canaã” fase 3, pelos agentes da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) comandada pelo fascista governador Marcos Rocha, seu Secretário de Segurança Pública, José Hélio Cysneiros Pachá (apelidado pelos camponeses como “carniceiro de Santa Elina”) e pelo governo militar de Bolsonaro e generais.
A advogada constatou que o acervo de trabalho que os policiais levaram é imensurável, mas que “o que eles não conseguiram levar foi a dignidade” e declarou ainda que os advogados não vão parar de trabalhar em defesa dos direitos do povo.
Para a Dra. Lenir, o velho Estado elegeu a Liga dos Camponeses (LCP) como inimiga pública número um. “O inimigo não é o bandido, é o movimento social de luta pela terra – e dentro desse processo tem feito a criminalização de todos aqueles que fazem sua defesa”, declarou.
Durante o mês de dezembro, ocorreu nos estados de Rondônia e do Rio de Janeiro atos de desagravo à Dra. Lenir Correia junto ao lançamento do relatório da Missão de Solidariedade às Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, locais onde a advogada atua em defesa dos camponeses. As atividades foram organizadas pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e a Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) e reuniu dezenas de democratas.