PM da Bahia homenageia general nazista que se matou com medo dos comunistas

Durante a postagem a PM classifica um dos maiores representantes do regime destruído pela União Soviética, comandada por Stalin, como “um dos maiores estrategistas militares da história”. 

PM da Bahia homenageia general nazista que se matou com medo dos comunistas

Durante a postagem a PM classifica um dos maiores representantes do regime destruído pela União Soviética, comandada por Stalin, como “um dos maiores estrategistas militares da história”. 

A Polícia Militar da Bahia, conhecida por ser a mais assassina do Brasil, realizou nesta quarta-feira (07/05) uma homenagem ao general nazista Erwin Rommel nas redes sociais. Durante a postagem a PM classifica um dos maiores representantes do regime destruído pela União Soviética, comandada por Stalin, como “um dos maiores estrategistas militares da história”. 

A imagem foi publicada na página do Instagram da Academia da PM da Bahia. Os policiais deletaram a publicação depois de uma enxurrada de comentários em rechaço à homenagem. Para tentar aliviar, os PMs depois publicaram uma foto da Madre Teresa de Calcutá. 

“O post é revelador da mentalidade de guerra e das fontes de inspiração cultivadas pela instituição [PM], através de sua escola de formação”, disse o professor de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Samuel Vida, em entrevista ao jornal Correio. “A busca de inspiração em perfis como o de Rommel diz muito sobre os valores e os modelos que animam a atuação da polícia mais letal do Brasil, especialmente contra pessoas pretas.”

Em 2023, os PMs da Bahia assassinaram ao menos 1.465 pessoas pretas – um índice de aproximadamente quatro por dia. Além disso, 97% dos presos no estado são pretos e mais da metade deles estão atrás das grades sem ter passado por julgamento. 

PMs fazem saudação fascista à cruz em chamas em batalhão; veja o vídeo – A Nova Democracia
A origem do ritual de uma cruz na KKK deriva do livro “The Clansman: Um romance histórico da Ku Klux Klan” (1905), escrito pelo ministro norte-americano Thomas Dixon. Depois, o ato ganhou as telas no filme racista O Nascimento de uma Nação (1915).
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O nazista homenageado pela PM tinha alvos similares: ele foi comandante da Afrika Corp, organização militar nazista paa colonização do Norte da África. Durante a campanha na Líbia, a Afrika Corp enviou mais de 2 mil judeus para campos de concentração. Na Alemanha, 500 deles foram assassinados por fome ou por doenças tratáveis. 

Essa é a segunda vez em menos de um mês que policias militares homenageiam e reverenciam a ideologia nazista e o supremacismo branco. Em meados de abril, o 9° Batalhão de Polícia de São José do Rio Preto, São Paulo, publicou no Instagram um vídeo em que policiais faziam uma saudação fascista em frente a uma cruz em chamas, um ritual similar da organização racista Ku Klux Klan. 

Embora o episódio tenha sido amplamente condenado pelas massas populares, a PM de SP  decidiu não punir os envolvidos. 

Exército Vermelho destrói bandeiras nazistas confiscadas durante a celebração da Vitória sobre o Nazifascismo

O general nazista que morreu de medo dos comunistas

O post dos PMs baianos foi feito na forma de “pensamento do dia”. “Suor poupa sangue, sangue poupa vidas e cérebros poupam ambos” foi a frase de Rommel citada pelos policiais. A fórmula nunca foi usada pelo Exército nazista e nem pela Polícia Militar – que, somente no primeiro semestre de 2024, matou 831 pessoas.

O post também traz uma breve biografia de Rommel, mas sem nenhuma menção ao Exército nazista. “Ele serviu como general marechal de campo da Wehrmacht, nas forças armadas da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial”, contam os policiais negacionistas. 

No passado, Rommel foi tratado por personalidades como um “bom nazista”. “”Ele merece a nossa atenção, porque, embora seja um soldado alemão leal, passou a odiar Hitler e os seus crimes e participou da conspiração de 1944, para salvar a Alemanha através da deposição do tirano louco”, disse o ex-primeiro-ministro britânico, Winston Churchill. 

Mas essa versão é contestada por historiadores como o professor da Universidade de Mannheim e diretor do Memorial da Resistência de Berlim, Peter Steinbach. “Rommel não foi um bom nazista porque ser nazista e ser bom eram duas coisas inconciliáveis. O que houve foi que ele passou a duvidar de Hitler ao ver que este queria continuar a guerra até a autodestruição”. 

Durante toda sua vida, Rommel galgou degraus pela subserviência a Hitler. Ele teve sete promoções em oito anos. A reviravolta só veio no fim da guerra, quando Hitler e parte do Alto Comando nazista, tomados de desespero pela ofensiva soviética que atropelava as hordas nazistas, começaram a dar odens de suicídio para os generais. A história oficial diz que Rommel foi um desses e obedeceu Hitler pela última vez ao ingerir cianeto. 

Ele morreu em 14 de outubro de 1944, menos de quatro meses depois que o general soviético Joseph Stalin deu a ordem para que o Exército Vermelho marchasse até Berlim. E menos de um ano antes dos herois soviéticos hastearam a bandeira da Pátria socialista sobre o prédio do Parlamento alemão. 

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