Desorganização, proibições arbitrárias e descaso dos órgãos estatais e da grande empresa Time for Fun (T4F), responsável pelo show da artista Taylor Swift no Rio de Janeiro, levaram a uma situação lamentável: uma jovem morreu e mais de mil fãs desmaiaram devido à falta de estrutura em meio à sensação térmica de 60° graus no primeiro dia do evento, no dia 17 de novembro.
O evento reuniu cerca de 60 mil fãs lotaram o Estádio Olímpico Nilton Santos, zona norte do Rio de Janeiro. Mesmo com essa presença avassaladora de pessoas, a produtora do evento, T4F, decidiu proibir a entrada de água pelos espectadores, forçando o público a comprar a água a um preço extremamente elevado no local. Espectadores que gostariam de levar consigo quantidades maiores de água, como é comum em shows e grandes eventos, também foram impossibilitados pelo regulamento ilógico.
Além disso, fãs relataram que partes do estádio que normalmente ficam abertas, mesmo em dia de jogos, estavam fechadas de forma improvisada com tapumes, para evitar que o som escapasse.
Ana Clara Benevides, de 23 anos, foi vítima da irracionalidade da grande empresa e sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a apresentação da turnê The Eras Tour. A jovem chegou a ser socorrida para o pronto-socorro por uma amiga, mas não resistiu. A empresa responsável pelo evento logo sofreu um grande rechaço popular, especialmente de outros espectadores que estiveram presentes e denunciaram a falta de ventilação e a conduta desastrosa da produtora. Restou à equipe da própria artista realizar uma distribuição de água aos fãs.
O pai da vítima não foi contatado pela T4F, que tentou ao máximo se eximir da responsabilidade pelos acontecimentos. Afinal, há pouco o que falar. A regulação deixa claro que, para as classes dominantes, era mais importante assegurar o lucro dos dirigentes de eventos do que a saúde e hidratação dos que compram os ingressos, forçando uma venda casada do líquido.
Mesmo com a revolta das massas, a empresa multimilionária e seus donos, Serafim Magalhães de Abreu Júnior, Fernando Luiz Alterio e Marcelo Pechinho Hallack, não sofreram e provavelmente não sofrerão duras consequências pelos seus atos. Como de costume, no máximo, pagarão uma multa irrisória, enquanto os familiares das vítimas viverão com a forte dor da perda.