Netanyahu adia cessar-fogo, Israel assassina mais de 80 de palestinos em Gaza

O motivo por trás do atraso do cessar-fogo é que Netanyahu está desesperado com as consequências do acordo, consciente de que seu governo está isolado na opinião pública dos colonos israelenses e que, se ele aceitar os termos das negociações, perderá o já desgastado apoio da extrema-direita sionista.

Netanyahu adia cessar-fogo, Israel assassina mais de 80 de palestinos em Gaza

O motivo por trás do atraso do cessar-fogo é que Netanyahu está desesperado com as consequências do acordo, consciente de que seu governo está isolado na opinião pública dos colonos israelenses e que, se ele aceitar os termos das negociações, perderá o já desgastado apoio da extrema-direita sionista.

Mais 81 palestinos foram assassinados nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza como resultado do adiamento do cessar-fogo por parte do primeiro-ministro sionista e criminoso de guerra, Benjamin Netanyahu. O atraso nas negociações foi divulgado na imprensa hoje (16/1).

O gabinete de Netanyahu afirmou que o Hamas “não cumpriu partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel em uma tentativa de obter concessões de último minuto”. A declaração foi taxada de mentirosa pela organização palestina. Os mediadores do acordo não deram nenhuma declaração oficial sobre um suposto recuo do Hamas.

“Não há base para as alegações de Netanyahu sobre recuo do movimento [Hamas] a respeito dos termos do acordo de cessar-fogo”, disse Sami Abu Zuhri, um dos líderes do Hamas, citado pela Al Jazeera. O tom foi seguido por um segundo líder: “O Hamas está comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores internacionais”, disse Izzat al-Risheq.

O acordo negado por Israel foi comemorado no dia 15/1 pelo povo palestino, por organizações internacionais e até mesmo por uma parte significativa dos colonos israelenses no território ocupado, que têm pressionado Netanyahu para aceitar um acordo.

O imperialismo norte-americano também é favorável ao cessar-fogo, uma vez que a superpotência hegemônica única precisa concentrar seu orçamento e material bélico na contenção do avanço do social-imperialismo chinês pela Ásia. Isso não significa que o Estados Unidos vai acabar com a ocupação e agressão do Oriente Médio. O novo mandatário do país, Donald Trump, disse que vai continuar a cooperar com Israel e intervir através da “força” na região.

O motivo por trás do atraso do cessar-fogo é que Netanyahu está desesperado com as consequências do acordo, consciente de que seu governo está isolado na opinião pública dos colonos israelenses e que, se ele aceitar os termos das negociações, perderá o já desgastado apoio da extrema-direita sionista. A tendência é que Netanyahu, que além das derrotas na guerra é investigado por casos sérios de corrupção, tenha o governo defenestrado logo após um cessar-fogo no conflito.

O cessar-fogo nos termos atuais é uma importantíssima vitória tática para a Resistência. Através dele, as organizações palestinas garantem as condições para sua reorganização, a retirada das tropas sionistas de Gaza, o maior apoio e ingresso do povo palestino nas fileiras das organizações patrióticas, o retorno dos palestinos a suas casas na Faixa de Gaza, a abertura das fronteiras no enclave e outras exigências das massas palestinas.

O Estado nazisionista perde ao não ter conseguido eliminar a Resistência, realizar a Segunda Nakba com êxito integral e nem ter completado a limpeza étnica do povo palestino, apesar do inegável genocídio de mais de 57 mil palestinos, ao considerar mortos e desaparecidos.

“O Hamas explorou as vulnerabilidades de Israel, impondo seus termos e prolongando as negociações para maximizar os ganhos”, disse o ex-oficial do serviço de inteligência israelense Shin Bet, Micha Kobi, de acordo com o Al-Mayadeen.

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