O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou ontem (11/2) que vai suspender o cessar-fogo com a Resistência Nacional Palestina caso os guerrilheiros do território ocupado mantenham a posição de adiar a nova entrega de prisioneiros. A decisão da Resistência foi uma resposta às violações do cessar-fogo pelo Estado nazisionista de Israel.
A decisão de Netanyahu foi anunciada após uma reunião de quatro horas do Gabinete de Segurança do governo. A posição israelense é apoiada pelo Estados Unidos (EUA).
O Hamas afirma que está disposto a manter o cessar-fogo e continuar com a troca de prisioneiros, mas que as violações do acordo por Israel são um obstáculo para esses objetivos. “Há esforços dos mediadores para obrigar a ocupação a cumprir os termos do acordo de cessar-fogo em Gaza. A ocupação sionista está se esquivando da implementação de vários termos do acordo de cessar-fogo”, disse o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem.
“Nossa posição no Movimento Hamas é clara, e não aceitaremos a linguagem de ameaças dos EUA e de ‘Israel’. A ocupação deve cumprir os termos do acordo de cessar-fogo para que os prisioneiros sejam libertados. A ocupação deve aderir ao protocolo humanitário acordado”, concluiu ele. “Reafirmamos o princípio fundamental de que continuamos comprometidos com o acordo de cessar-fogo em todos os seus detalhes, desde que o inimigo o cumpra”.
O tom foi seguido pelo porta-voz das Brigadas Al-Quds, da Jihad Islâmica Palestina. “Nós responsabilizamos o governo de ocupação pelas consequências de fugir de seus compromissos com nosso povo aflito e pelas contínuas violações do acordo de cessar-fogo”, disse Abu Hamza.
Dias antes, o porta-voz das Brigadas Al-Qassam, a organização militar do Hamas, Abu Obeida, disse que Israel cometeu várias violações ao acordo de cessar-fogo, dentre eles: o atraso no retorno dos palestinos deslocados para o norte de Gaza; ataques aéreos e disparos contra palestinos, resultando na morte de dezenas de pessoas em toda a Faixa de Gaza; bloqueio de entrada de materiais essenciais para abrigo; e atraso na entrada de suprimentos médicos e equipamentos urgentes para reconstrução de hospitais e para o setor de saúde.
O anúncio do Hamas gerou uma onda de protestos em Israel. Vários dos sionistas estão descontentes com a forma que Netanyahu está lidando com o acordo. O líder da oposição israelense, Yair Lapid, disse à radio israelense 103 FM que Netanyahu “se recusa” a passar às “próximas fases do acordo”.
Se Netanyahu retomar a guerra, a tendência é que os protestos cresçam, o que seria favorável para a Resistência Palestina.