Não é novidade que o monopólio da imprensa burguesa internacional é afeito a incensar uma ou outra personalidade que aparece vestindo de bom grado a camisa da demagogia, das mentiras com que os arautos oficiais e semioficiais do imperialismo repetem sem cessar para tentar convencer que o sistema de exploração do homem pelo homem, este sim, dos opressores governando, explorando e reprimindo os oprimidos, é o paraíso na Terra, ou pelo menos o destino irremediável de todos os homens e mulheres que habitam o planeta.
Quando o indivíduo que se alista nas fileiras da desinformação é proveniente de uma nação onde o imperialismo encontra resistência, muita ou alguma apenas, contra a devastação sem limites dos monopólios transnacionais, ele é cercado de mimos, reverências, elogios sem fim, e costuma ser convidado a virar um autêntico garoto-propaganda, ou melhor, garoto-contrapropaganda do capitalismo internacional.
É o caso de Yoani Sánchez, filóloga e "jornalista" cubana que perambulou pelo Brasil em meados de fevereiro e que ganhou notoriedade há alguns anos ao usar a internet para, de dentro da ilha, criticar o governo de Cuba, que está longe de ser um Estado autenticamente popular, mas que está a uma distância muito maior ainda de ser um país imperialista, colonialista, opressor, como o USA.
O USA que a blogueira "dissidente" tanto adora e com o qual se relaciona tão bem, a ponto de receber diplomatas ianques em sua casa às escondidas, teve as portas abertas e tratamento VIP garantido por lá (ao contrário da chibata e do xadrez reservados pelo "Tio Sam" à maioria dos latinos). Teve ainda uma carta sua lida no Congresso ianque e conseguiu "entrevistar" Obama por e-mail.