Começam os preparativos para a implantação dessa arrasadora técnica de extração de petróleo e gás. Quatro filmes, três documentários e uma ficção nos alertam para os riscos.
Nos próximos dias entrará em cartaz nos cinemas brasileiros Promised Land (Terra Prometida) protagonizado por Matt Damon. Em 2010, foi lançado o documentário ianque Gasland (Terra do gás), e poucos meses atrás, o argentino Hidrofractura: El agua, el aire, la tierra... la muerte (Fraturamento hidráulico: a água, o ar, a terra... a morte).
Por eles ficamos sabendo em que consiste essa tecnologia, os danos causados no USA e na Argentina e o truculento acionar das corporações que atuam no setor.
As jazidas convencionais de petróleo ou gás são como grandes tanques na rocha. Assim, com a simples perfuração é possível sua extração.
Mas, uma grande quantidade desses fluidos se encontra preso na rocha de xisto, em minúsculos e pulverizados recintos, como se fosse uma esponja, e a grandes profundidades. Como extraí-los?
O processo consiste em uma perfuração vertical de 1,5 mil a 4 mil metros, e horizontal de uns 2 mil metros. Depois são injetados de 4 a 28 milhões de litros de água a alta pressão, misturada a centenas de produtos químicos. Em seguida são detonadas cargas de explosivos ao longo da perfuração horizontal. Os produtos químicos dissolvem a pedra e, após 3 meses, o gás começa a ser liberado.
Na superfície, uma pequena refinaria limpa o combustível e o envia por um gasoduto. Cerca de metade da água injetada retorna à superfície contaminada com os produtos químicos, metais pesados e até radiativos que, por acaso, podem existir no subsolo. Cada poço pode receber fraturamento até 18 vezes, consumindo até 500 milhões de litros de água doce.