Filha do poeta e compositor paraibano Zé Marcolino, um dos três autores preferidos de Luiz Gonzaga, Fátima Marcolino segue o caminho do pai e lança seu primeiro livro de poesias, A mesa da cozinha lá de casa, uma espécie de resumo dos diversos assuntos tratados entre amigos na mesa da sua cozinha. Compositora com obras gravadas por Maria da Paz e Irah Caldeira, entre outras, Fátima também cuida do acervo de seu pai.
— Tive a felicidade de ser filha do Zé Marcolino, um grande poeta e compositor, considerado como um gênio entre os amigos. Sempre o admirei muito e hoje, já com uma certa idade, tive a maturidade de reconhecer a grandeza da sua obra e cuidar do seu acervo, de tudo que fez e que tenho conhecimento — fala Fátima Marcolino.
— Escrevia muito sobre a natureza, apesar de não ter nem ideia do que era ecologia. Fazia canções belíssimas baseadas em pássaros, em pessoas, histórias e contos que ouvia na rua, tudo relacionado com as raízes nordestinas. Era muito sertanejo, nasceu em Sumé, no alto sertão da Paraíba e morou em um sítio até os 30 anos de idade, então falava daquilo que observava e vivia — conta.
— Também escrevia cordeis, tocava violão e pandeiro, chegou a tocar pandeiro em trios de forró. Tinha até um amigo que dizia: “Marcolino, você é um gênio”, porque ele realmente era. E olha que só tinha o primário, incompleto, feito no interior da Paraíba, lá no sertão. Foi criado no mato mesmo, e com 17 anos de idade já estava compondo e arquivando tudo no cérebro, porque não tinha gravador e nem exista celular naquela época — continua.