Aconteceu no último dia 14 de abril, um domingo, na cidade de Munique, na Alemanha, uma retumbante marcha popular de repúdio à proliferação de organizações abertamente racistas e xenófobas não apenas na Alemanha, mas em toda a Europa, chafurdada na crise geral de superprodução relativa do capital monopolista, em um cenário de fortes ataques da União Europeia contra o mundo do trabalho mediante um sem número de medidas antipovo, que reunidas constituem, afinal, autênticas políticas fascistas dirigidas ao proletariado europeu.
A União Europeia que ora se arma de caçadora de racistas, que tenta fazer crer que fascismo se resume a perseguir negros e estrangeiros, é a mesma União Europeia cujos órgãos - da Comissão Europeia ao Banco Central Europeu, passando pelo Conselho da Europa - estão empenhados em coordenar de uma ponta a outra do continente em crise aquela devastação social de cunho claramente e eminentemente fascista. Porque intenta a dominação política e econômica das nações mais ricas do continente sobre as nações mais pobres. Porque prega a conciliação de classes para tentar esconder os antagonismos entre elas cada vez mais acentuados. Porque garante a implementação das suas medidas antipovo na base do uso das forças de repressão e porque se esmera na contrapropaganda de que o povo precisa fazer "sacrifícios" em prol das suas respectivas nações, enquanto a rapina é levada a cabo e os monopólios e bancos ganham alguma sobrevida a custa dos direitos e dos salários dos trabalhadores.
No último dia 16 de abril o, letoniano Nils Muižnieks, comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, o mais alto órgão político da União Europeia, ou seja, da Europa do capital monopolista, divulgou um relatório sobre o racismo e a xenofobia em que solicita à atual gerência da Grécia que declare ilegal o partido "neofascista" Aurora Dourada, que desde 2012 tem representação do parlamento grego.