Como este jornal vem noticiando há vários meses, mesmo as economias capitalistas alardeadas como "sólidas" da Europa não mais conseguem dissimular o fato de que não estão imunes à crise geral de superprodução relativa que assola os monopólios sem escolher bandeiras e sem respeitar fronteiras.
A França entrou oficialmente em recessão, após mais um trimestre de desaceleração da economia, e os grandes grupos industriais alemães não param de demitir, como o fez em maio o gigante da siderurgia Thyssen Krupp, colocando três mil trabalhadores no olho da rua após registrar prejuízo de 89 milhões de euros no primeiro trimestre de 2012. Tudo em meio à subida geral do desemprego na zona do euro.
Além de se aprofundar na Europa Ocidental, a crise se alastra e vai detonando as economias capitalistas do Leste Europeu. A Hungria já entrou na sanha das "medidas de austeridade" (arrocho!), anunciando cortes da ordem de 800 milhões de euros, e o governo da Eslovênia vai despejar nada menos do que 1,3 bilhões de euros em recursos públicos nos bancos privados do país.
É tiro e queda: à medida em que o capital e os Estados que lhe servem se veem cada vez mais acossados pelas ruas e pela crise que os corrói, mais os inimigos das classes trabalhadores se esmeram na contrapropaganda de difamação e deturpação das autênticas lutas populares e dos verdadeiros anseios das massas oprimidas.