Em toda a parte radicaliza-se a luta das classes trabalhadoras à medida em que agrava-se, cada dia mais, a exploração sem limites e as péssimas condições de trabalho, principalmente naquelas nações onde o proletariado é mais oprimido no âmbito da divisão internacional do trabalho.
Na África do Sul, um sindicalista foi assassinado no início de junho na mesma mina de platina onde em agosto do ano passado 34 mineiros foram executados pela polícia de Jacob Zuma durante a feroz repressão a uma greve. Além do trabalhador morto, um outro ficou ferido no mesmo ataque.
Na mesma mina, chamada Marikana e controlada pelo grupo transnacional de matriz britânica Lonmin, terceiro maior produtor de platina do mundo, um outro sindicalista foi morto em meados de maio, às vésperas do seu depoimento no processo que apura os detalhes da chacina no local em 2012, e em meio a mais uma greve dos mineiros.
Os assassinatos desencadearam vários protestos e novas paralisações na mina de Marikana e em outras minas de platina sul-africanas.
As violentas mortes de sindicalistas na África do Sul acontecem no momento em que a Associação de Mineiros e Trabalhadores da Construção (AMCU), que representa a maioria dos trabalhadores do setor mineiro no país, radicaliza suas ações para pressionar a Lonmin a reconhecer a associação como interlocutora. Atualmente a transnacional só "negocia" com o Sindicato Nacional dos Mineiros (NUM), que responde por menos de 20% da categoria e é considerado pelego, amigo do gerenciamento de Jacob Zuma.