Cantor e compositor, o mineiro Tadeu Franco é autor de muitas músicas brasileiras com jeitinho mineiro da roça. Com anos de estrada e vários CDs, Tadeu tem parcerias com Beto Guedes, Sá (da dupla Sá e Guarabira) e outros mineiros que considera fazer parte de "uma turma boa de Minas". Tadeu faz seus shows e prepara um novo CD com influências de antepassados ciganos, que passaram pelo Vale do Jequitinhonha.
— Com cinco anos de idade já me apresentava cantando nas festas de aniversário dos meus amigos. E não tinha gente forçando a barra, era natural mesmo. Desde essa época, também sentava ao lado do meu pai para ouvir programas de rádio. Assim fui me convencendo que queria ser cantor, mas sem nunca me preocupar como conseguir isso, simplesmente fui indo — conta Tadeu.
— Meu pai não era músico, mas sabia tocar violão. Me ensinou alguns acordes, depois vim para Belo Horizonte tocar nas noites e tentar fazer outras coisas junto, porque fazer carreira aqui na época era muito difícil. As pessoas iam para o Rio de Janeiro ou São Paulo para conseguir, mas sempre tive vontade de ficar por aqui mesmo — continua.
Se apresentando em bares nas noites de Belo Horizonte, Tadeu conta que sempre procurou impor o seu repertório.
— Não era aquele músico que ficava tocando o que agradava a plateia, queria apresentar aquilo que eu gostava e achava que seria bom que também conhecessem. Muitas vezes se apresentar nas noites exige um pouco mais do artista, porque ele canta e muita gente não presta atenção, mas com o tempo vamos aprendendo a lidar com isso e impondo o nosso trabalho — expõe.
— Passei a participar de alguns shows que aconteciam durante greves, sem remuneração, somente como uma forma de exercer a cidadania, me engajar. Uma tentativa também de fazer com que a música não aparecesse somente como algo meramente comercial, feita para fazer sucesso, mas algo que tivesse uma utilidade maior para a comunidade — continua.
Tadeu acredita que esse tipo de trabalho que não visa o sucesso imediato coloca o artista em um patamar diferente e sua música fica mais densa.
— Passamos a não depender de ser ou não reconhecidos na rua, agarrados por fãs ou vender discos. Abrimos um espaço bacana com a turma universitária que pede para fazermos shows nos seus auditórios, em algumas manifestações etc. Esse sempre foi o caminho que mais me atraiu — declara.