Os operários da construção de Campo Grande – MS realizaram combativa greve que paralisou as principais obras da capital entre os dias 6 e 12 de junho.
Cerca de 15 mil operários aderiram à greve reivindicando 33% de reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Durante as negociações, o Sinduscom/MS (sindicato patronal) ofereceu 6,67%, que foram rechaçados pela categoria que atualmente recebe valores próximos de R$ 600.
Nas assembleias da greve, trabalhadores denunciaram que recebem um valor registrado na carteira e outro "adicional por fora", que muitas vezes é maior que o próprio salário, mas não pode ser descontado o INSS e FGTS, além de não compor o 13° salário.
No dia sete, cerca de dois mil operários protestaram no centro de Campo Grande e se uniram a uma manifestação de indígenas que denunciavam a violência policial e a invasão de suas terras.
As obras permaneceram paradas até o dia 11, quando ocorreu a assembleia da categoria que aprovou uma contraproposta patronal que reajustou o salário dos serventes, auxiliares de escritório e vigias terá reajuste em 11,36%, passando para R$ 735,00. Os meio oficiais, passarão a receber o piso de R$ 808,00. Motoristas e oficiais terão reajuste de 12,36%, passando a receber R$ 1 mil. O reajuste dos apontadores foi de 10,11%, estabelecendo o piso de R$ 980,00; os dos trabalhadores de almoxarifado, 10,75% e piso de R$ 1.030,00 e, por fim, o de mestre de obra, 10% e piso de R$ 1.540,00.
Para os trabalhadores que ganham acima do piso salarial, o reajuste será de 7,60%.
Outra conquista da greve foi a redução do desconto do vale transporte, de 6% para 3%.
Revoltas contra calote dos patrões em Sidrolândia
Após 150 dias sem receber seus salários, operários de uma usina de álcool em Sidrolândia (MS) se revoltaram e deflagraram greve. Em 12 de junho os trabalhadores tomaram as ruas da cidade com faixas e palavras de ordem.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Açúcar e Álcool de Rio Brilhante e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul, os trabalhadores deflagraram a greve exigindo que o usineiro José Pessoa, dono da empresa pague suas dívidas com os trabalhadores que já acumulam mais de R$ 15 milhões em salários não pagos. Os operários também denunciam que a usina não repassa as contribuições para a Previdência.
Parisi-São Paulo
Operários incendeiam escritório de construtora
Em 11 de junho, cerca de 40 operários da construtora Scamatti & Seller Investimentos cruzaram os braços e protestaram no canteiro de obras em Parisi, onde estão sendo construídas 90 casas populares sob responsabilidade do governo federal.
Os operários se rebelaram contra o atraso de 45 dias nos pagamentos de seus salários e incendiaram o escritório da empresa. A maioria dos trabalhadores dessa obra é oriunda do Nordeste do país e denuncia que a oba foi interrompida pela empresa sem que recebessem salário e dinheiro para passagens de retorno às regiões de origem.
Reportagem publicada em regiaonordeste.com destacou que um operário "denunciou o caso ao Ministério do Trabalho, já que, segundo ele, além do atraso salarial, operários trabalhavam sem equipamentos de segurança adequados, e ficam alojados em um almoxarifado, com poucas condições de higiene. 'Eles simplesmente pararam a obra e a gente ficou sem receber'".