Até o fechamento desta edição de AND, oito capitais já haviam anunciado a suspensão do aumento das passagens de ônibus. Por pressão das ruas, Cuiabá, Manaus, João Pessoa, Porto Alegre, Natal, Recife e Vitória reviram seus aumentos, além de Goiânia, que o fez via liminar da justiça. Tal ação, entretanto, não acabou com os protestos, o que prova que as manifestações são por muito mais que 20 centavos.
Em São Paulo, Fernando Haddad, do PT, encenou durante todo o dia 18 de junho que iria "fazer o possível" para reduzir a tarifa. A essência de suas preocupações seria proferida pelo seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, também do PT: "não é possível espremer tanto assim os empresários das concessionárias de transporte para viabilizar a revogação do aumento."
E é assim que vai ser. Comprometidos até o último fio de cabelo com a máfia dos transportes, grande financiadora de campanhas Brasil afora, não se atrevem a tocar em centavo sequer do lucro dos magnatas.
A idéia, portanto, é baixar a passagem e cobrar indiretamente do povo, com mais isenção de impostos para a máfia dos transportes, subsídio para o diesel. O mesmo Jilmar Tatto disse que pretende criar um, mais um, imposto sobre a gasolina, ou seja, o trabalhador vai acabar pagando o aumento do mesmo jeito.
Assim também tramita no Congresso um projeto de lei que zera todos os tributos federais pagos pelas empresas de transporte.