
Enquanto o povo protestava diante do estádio Mané Garrincha sitiado ...
1º ato: mais repressão
Trabalhadores e estudantes participaram da manifestação durante a abertura da Copa das Confederações no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no último dia 15 de junho. Mesmo com um grande aparato policial, que contou com 10 mil policiais militares e soldados das forças armadas, milhares protestaram no entorno do estádio contra os gastos bilionários com a farra da Fifa. Até um avião não-tripulado (drone) fez parte do esquema de "segurança".
O protesto foi brutalmente atacado pela polícia e os manifestantes resistiram. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas e 19 foram detidas. Dos feridos, cinco foram para o Hospital de Base e quatro para o Hospital Regional da Asa Norte. O número de pessoas com ferimentos leves é ainda maior. As imagens divulgadas nos canais de TV e na internet mostram pessoas sendo agredidas, motos perseguindo manifestantes e bombas de gás sendo lançadas ostensivamente. Dez menores de idade foram presos e levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) por "desacato", "lesão corporal", "resistência" e "desobediência".
Um manifestante foi atropelado pela polícia, mas felizmente não sofreu ferimentos graves. Torcedores que estavam entrando no estádio passaram mal devido ao gás lacrimogênio. Uma jovem ficou ferida na cabeça e foi a 5ª delegacia de polícia para registrar ocorrência.
O secretário de "Segurança Pública", Sandro Avelar, deu sua declaração reacionária dizendo que a ação (leia-se a covarde repressão) foi necessária porque os manifestantes ameaçaram invadir o estádio: "Não houve falha. Foi um trabalho maravilhoso que garantiu a realização do evento".
Um dia antes, outro protesto já havia ocorrido com queima de pneus interrompendo vias de acesso ao estádio e prisões de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto horas depois do protesto já em suas residências.
Tamanha é a pugna no seio da própria gerência FMI-PT que, após essas manifestações, o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) acusou membros de secretarias do governo federal de articularem o protesto do dia 14 aproveitando-se da mobilização popular.

... Dilma e Joseph Blatter eram vaiados pela torcida em peso
2º ato: vaias para Dilma e Fifa
A cerimônia inaugural da Copa das Confederações também foi marcada com uma estrondosa vaia para a gerente da semicolônia Dilma Roussef e ao presidente da Fifa, Joseph Blatter. Quando Blatter fazia seu discurso de abertura, ao agradecer às autoridades na pessoa de Rousseff, todo o estádio iniciou uma retumbante vaia. Mas a coisa não parou por aí. O presidente da Fifa tentou passar uma descompostura no público, cobrou "respeito e fair play" (que quer dizer jogo limpo no jargão do futebol). Tarde demais, Rousseff reforçou a carranca, Blatter deu um sorrisinho amarelo, e tome mais vaias. Restou à gerente proferir um lacônico "declaro aberta a Copa das Confederações", sem discurso, sem aplausos e sem pontapé inicial solene.