A Europa do mundo do trabalho padece ante o avanço inexorável da degradação das condições de vida decorrentes da crise geral e da enxurrada de "medidas de austeridade" ditadas aos gerentes dos elos mais fracos da União Europeia pelos artífices da Europa do capital monopolista, que tentam, com ataques sem precedentes aos empregos e aos direitos historicamente conquistados pelas classes trabalhadoras, produzir algumas bolhas de ar que lhe prolonguem a agonia e posterguem a asfixia total dos seus bancos e monopólios.
Em relatório divulgado em junho, intitulado "Um conto moral: o verdadeiro custo da austeridade e da desigualdade na Europa", a organização não-governamental Oxfam International afirma que se os planos de "ajuste" ditados pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu seguirem na toada atual (à rigor, as medidas antipovo se mostram mais draconianas a cada dia que passa) mais 25 milhões de europeus serão atirados na pobreza até o ano de 2025 – o que equivale às populações somadas da Áustria e da Holanda.
O documento ressalta que as nações mais duramente castigadas pelas "medidas austeridade", casos de Portugal, Espanha e Grécia, em breve mergulharão em condições de desigualdade de direitos e de renda idênticas às de alguns dos países mais pobres do planeta, confirmando o cenário de que aqueles distintos membros da pomposa União Europeia vêm se transformando em autênticas semicolônias incrustadas no seio da "rica" Europa.
Noves fora as previsões para o futuro a médio e longo prazos, as consequências das "medidas de austeridade" na Europa podem ser notadas agora mesmo, dia após dia, no próprio noticiário da imprensa burguesa europeia e mundial, na crônica esquizofrênica do ciclo vicioso da crise que se aprofunda à medida que os capitalistas tentam desesperadamente superá-la à custa da dignidade e do emprego das massas trabalhadoras.
Um dos dados mais recentes da tragédia coletiva que se abate sobre o mundo do trabalho é mais um recorde de desemprego registrado na Grécia.