A crônica da imprensa burguesa internacional vem acompanhando a atual "crise política" no USA entre lamentos pelo fechamento de pontos turísticos estadunidenses, como a Estátua da Liberdade, por falta de verbas para manutenção, e uma efusiva torcida para que as frações da burguesia ianque, dividida entre "democratas" e "republicanos" de acordo com os seus interesses e áreas de atuação mais específicas na economia capitalista, entendam-se o mais rápido possível em nome do bom prosseguimento das políticas interna e externa sempre em favor dos monopólios.
O contexto é o "impasse orçamental". As ratazanas dos partidos Democrata e Republicano, encasteladas no Congresso ianque não conseguem chegar a um acordo sobre o orçamento federal e sobre o teto da dívida pública, o que levou à paralisação dos serviços públicos não essenciais em todo o USA, em um cenário que pode se explicar em parte pela vontade dos brancos mais reacionários do partido Republicano de sabotar a administração Obama, a fim de que nunca mais na história daquele país um negro se meta a disputar ou conquistar a presidência – ainda que a "eleição" do chefe de turno da Casa Branca, o "primeiro negro" a ocupar o posto, tenha desempenhado o papel estratégico de dar uma cara mais amena ao imperialismo ianque em um cenário de grande contestação mundial às suas guerras de ocupação, sequestros, torturas e demais políticas de morte levadas a cabo nos quatro cantos do planeta.
Sob a perspectiva da imprensa popular e democrática, cabe ressaltar que democratas e republicanos se desentendem na hora de aprovar artigos e leis, mas todos estão juntos para fazer guerra e massacrar os povos, agora neste exato momento bem como ao longo da história, sempre sob o álibi da "defesa" e da "segurança nacional", ou do "combate ao terrorismo", patranhas que fazem fumaça ao uso do poderio militar para garantir, à custa da soberania das nações e da vida de milhares de cidadãos comuns assassinados pelas ofensivas de ocupação do imperialismo, os interesses do grande capital financeiro e industrial do USA mundo afora.
Mas, sobretudo, cabe à imprensa popular e democrática chamar a atenção para o fato de que, enquanto os cachorros grandes brigam no âmbito da administração do maior país imperialista do planeta, as condições de vida das classes populares estadunidenses seguem se deteriorando em meio ao acirramento das contradições do capitalismo no contexto do aprofundamento da crise geral.