PE: Mais de mil famílias tomam latifúndio

Fazenda Milano.
Em 13 de outubro, cerca de 1.300 famílias camponesas organizadas pelo MST tomaram as terras da fazenda Milano, a aproximadamente 80 km de Santa Maria da Boa Vista - PE, no sertão pernambucano.
A área possui 1.584 hectares e o latifundiário José Gualberto de Freitas Almeida, que reclama as terras, responde a inúmeros processos por sonegação de impostos. O latifúndio tem uma dívida de aproximadamente R$ 400 mil com o TRT.
No dia 18, a juíza Anna Paula Borges Coutinho, da comarca de Santa Maria da Boa Vista, expediu um mandado de reintegração de posse da fazenda Milano determinando um prazo de 15 dias para a sua execução, autorizando o uso de força policial no caso de resistência dos camponeses.
As famílias que tomaram as terras da Milano já manifestaram sua decisão de lá permanecer, viver e produzir.
RO: Camponeses rechaçam invasão policial a área
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Segundo matéria divulgada na página rondoniavip.com.br, em 14 de outubro, na fazenda Formosa, zona rural de Buritis, camponeses responderam a invasão policial da área em que vivem com resistência e aplicando ardis que obrigaram as forças de repressão a recuar e pedir reforços para poderem se retirar.
Uma guarnição da patrulha rural de Buritis fez uma incursão na área e prendeu o camponês José Jorge da Luz, de 62 anos, acusando-o de portar uma espingarda.
Segundo a página Rondônia Vip, os demais camponeses moradores da área cercaram a viatura e tentaram libertar o preso.
A resistência camponesa fez com que a viatura ficasse retida na sede da fazenda e os policiais só conseguiram sair após a chegada de reforços.
Segundo a reportagem da página rondoniense Alerta Notícias, os "policiais deram marcha ré na viatura e retornaram a sede da fazenda onde pediram reforços ao comandante Tenente Braguin que reuniu várias guarnições utilizando policiais de serviço e até mesmo alguns que estavam de folga e se deslocaram para fazenda".
Ao se retirarem, as forças de repressão se depararam com várias barreiras, barricadas em chamas, obstáculos de arames farpados e pedaços de paus na estrada.
O camponês preso foi levado para Buritis e uma guarnição do Grupo de Operações Especiais do 7º Batalhão da PM foi designado para patrulhar a área do acampamento.
Notícias veiculadas na internet relatam que os policiais teriam recolhido um saco com armamentos no mato próximo à área e fotos dessas armas e de uma motocicleta apreendida foram divulgadas, mas não há nenhuma comprovação de que essas armas pertençam aos camponeses ou que tenham mesmo sido encontradas nas imediações do acampamento. Não seria a primeira vez que armas plantadas em acampamentos seriam utilizadas para criminalizar o movimento camponês.