
Ocupação da sede do Incra em Recife - PE.
No dia 4/11/13 saímos para Lagoa dos Gatos para filmar um documentário, projeto da UFPE, que retrata a luta dos camponeses pela posse da terra, as injustiças sociais envolvidas e a resistência dessas pessoas, dando-lhes a possibilidade de contar elas mesmas sua história.
Com esse objetivo seguimos o professor Rui Mesquita, orientador do projeto e mais três companheiros também estudantes da UFPE. Ao chegarmos em Lagoa dos Gatos, encaramos a falta de energia ocasionada por uma forte chuva, mas os camponeses não dormiram, estavam obstinados a ir reivindicar sua terra mesmo com toda adversidade.
No dia 05/11/13, viajamos por três horas, de Lagoa dos Gatos até Recife, ao INCRA. Os camponeses tinham preparado uma pauta com as reivindicações, eles queriam fazer uma reunião que resolvesse a situação deles, só sairiam ao resolver.
Porém os trabalhadores do Incra fecharam as portas, diziam que não tinha ninguém naquele momento para atendê-los.
Acompanhei todo jogo do: “não resolve aqui e sim ali”. Já estávamos cansados de andar dentro do edifício, ficou claro que eles não queriam que eu estivesse filmando. Um dos seguranças do Incra tentou tirar minha câmera, eu recuei, então ele fechou a grade no meu rosto, falei para ele que tínhamos o direito de filmar porque tínhamos compromisso em fornecer a verdade para sociedade. Ele disse: “Tem direito o quê?! Não tem direito de filmar nada aqui”, me colocando para fora, mas os camponeses tomaram a frente e disseram que eu podia filmar, sim.
“Vai ter reunião sim!”.