Não obstante as projeções mais ou menos otimistas acerca da “recuperação” da economia capitalista lançadas pelas “autoridades” e pelos banqueiros para os anos vindouros, inclusive para 2014, e sobretudo em se tratando da Europa, a realidade é que a crise geral de superprodução relativa do capitalismo é abissal e se prolongará ainda por muito tempo. A inexorável deterioração do “mercado de trabalho” europeu não deixa margem para outra conclusão.
Na Grã-Bretanha, o número de pessoas que procuram instituições de ajuda alimentar vem aumentando exponencialmente nos últimos anos, como AND já noticiou em edições passadas. A situação de “insegurança alimentar”, como gostam de dizer os burocratas funcionais ao capitalismo, chegou a tal ponto que a Cruz Vermelha britânica, pela primeira vez desde a segunda grande guerra imperialista, está destinando recursos para ajudar pessoas que não conseguem botar comida nas mesas de suas famílias.
Na Itália, três milhões e 200 mil trabalhadores, ou 12,5% da população ativa, procuram e não encontram meios para se sustentarem e a suas famílias, um número jamais registrado desde a criação de dados estatísticos sobre o desemprego no país. Entre os trabalhadores jovens, com até 24 anos de idade, a última taxa de desemprego registrada na Itália também é recorde: 41,2%.
Na Bélgica, sede da União Europeia – instância supranacional do capital monopolista europeu – diversas e sucessivas denúncias deram conta no fim de 2013 de um sem número de casos de exploração semi-escravocrata de trabalhadores de outras nações do continente, vindos dos elos mais fracos da incensada “União”.
Um dos mais escabrosos foi o de 60 operários portugueses que eram pagos a dois euros a hora de trabalho, o equivalente a um salário mensal de cerca de 330 euros, valor muito abaixo do próprio salário mínimo português, que é de 485 euros.