


Desde dezembro, trabalhadores sul-coreanos tomam as ruas em justas jornadas de lutas por seus direitos.
Sob o boicote do monopólio da imprensa vem acontecendo uma das mais retumbantes mobilizações da classe trabalhadora levada a cabo nos últimos meses em todo o mundo. Trata-se do gigantesco levante popular de caráter eminentemente classista que desde o início do último mês de dezembro vem sacudindo as estruturas da Coreia do Sul.
O que se transformou em um movimento de massa começou com uma combativa greve dos trabalhadores ferroviários, iniciada ainda no dia 22 de novembro do ano passado, contra os planos de “reestruturar” o setor, o que significa claramente demissões e piora na qualidade dos serviços. O “governo” sul-coreano pretende retalhar e privatizar a Korail, a companhia ferroviária nacional, empresa pública, sob a justificativa de que a privatização é necessária para reduzir custos do Estado e melhorar a eficiência.
Como parte do movimento grevista, os ferroviários convocaram uma série de manifestações e piquetes que cresceram a ponto de inundar Seul com multidões solidárias à luta da categoria, cientes de que na verdade se tratava de uma luta comum a todos os trabalhadores sul-coreanos em defesa do patrimônio nacional e dos serviços públicos.
Em meados de dezembro, sentindo-se acuado, o gerenciamento da “presidente” Park Guenhye declarou a greve ilegal, e mandou as forças de repressão sul-coreanas contra os piquetes e as manifestações. A polícia iniciou uma perseguição às lideranças do movimento – em dobradinha com a “justiça”, com a emissão de dezenas de mandados de prisão –, e passou a confiscar equipamentos e documentos de várias representações sindicais locais.