
Mais um trabalhador é vitimado em obra da Copa da Fifa
Denunciamos na edição anterior que “nas arenas da Copa, os gerentes de turno do Estado semicolonial e semifeudal dão carne aos leões da Fifa”.
Mais uma vez, com imensa revolta e pesar noticiamos a morte de mais um operário, o quarto apenas na Arena da Amazônia, ocorrida em 7 de janeiro.
O trabalhador de origem portuguesa, Antônio José Pita Martins, de 55 anos, desmontava uma grua quando uma pesada peça caiu e atingiu sua cabeça. Antônio sofreu um grave ferimento no crânio e lesões múltiplas no tórax. Ele chegou a ser submetido a uma cirurgia para aliviar a pressão intracraniana, mas não sobreviveu.
A Arena da Amazônia é mais uma das obras da Copa da Fifa em que os operários são submetidos a extrema pressão para o cumprimento de absurdas metas.
Em 29 de março do ano passado, o operário Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, morreu após sofrer queda de cinco metros de altura. Em 14 de dezembro, o jovem operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, também morreu após sofrer queda de 35 metros de altura nessa mesma obra. Na ocasião, o presidente do Sintracomec-AM (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Amazonas), Cícero Custódio, afirmou que os operários eram submetidos a jornadas de trabalho de até 18 horas diárias. Nesse mesmo dia, horas depois da morte de Marcleudo, o operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, morreu enquanto trabalhava nas obras do Centro de Convenções do Amazonas, anexo a Arena da Amazônia, vítima de um infarto. Organizações classistas e de defesa dos direitos do povo denunciam que o infarto que levou a morte de José Antônio foi devido ao desgaste provocado pela jornada estafante.
Em dezembro do ano passado, logo após a morte de Marcleudo de Melo, o secretário da Copa em Manaus, Miguel Capobianco, acusou os operários de “relaxo” na utilização dos equipamentos de segurança, acusando as vítimas dos crimes trabalhistas cometidos pelo governo, empreiteiras e Fifa por suas próprias mortes e mutilações.