Os cabeças do gerenciamento semicolonial do Brasil pelo oportunismo petista franzem a testa e mostram os dentes quando confrontados com os números sobre a inflação que corrói os salários do trabalhador; com os dados que colocam em xeque sua falácia sobre a erradicação da miséria, deitada por terra apenas pela prestidigitação de descer a “linha” de renda que a caracteriza ao limiar da sobrevivência; quando constrangidos pelas evidências da disseminação do trabalho precário, que é como Dilma e sua camarilha conseguem apregoar o “pleno emprego”; mas a real natureza deste “governo” poucas vezes fica tão às claras como na época da divulgação dos balanços contábeis das instituições financeiras que operam no Brasil, escancarando a quem esta corja de fato serve.
Agora mesmo, o banco Itaú acaba de anunciar que registrou em 2013 o maior lucro da história do sistema financeiro brasileiro. O Itaú fechou as contas do ano passado com um lucro líquido contábil de R$ 15,696 bilhões, acima do resultado de R$ 13,594 bilhões registrado um ano antes, e batendo o recorde anterior neste quesito, que pertencia a ele próprio, o Itaú, e registrado em 2011, quando seus acionistas repartiram a quantia de R$ 13,837 bilhões, butim formado, ontem e hoje, pela alta rentabilidade da agiotagem institucionalizada dos juros dos mais altos do mundo cobrados a correntistas, no contexto da farra bancária vigente sob a “regulação” do Banco Central.
O Itaú, que desde o gerenciamento FHC se beneficiou fartamente das privatizações de bancos regionais, se tornou a terceira maior instituição financeira do Hemisfério Sul do planeta em novembro de 2008, quando sacramentou a fusão com o antigo Unibanco, em uma manobra monopolista, não obstante aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade - que na teoria existe justamente para coibir práticas monopolistas -, que em muito explica os recordes de agora e que na época foi chancelada pelo então chefe do Banco Central, Henrique Meirelles.
Em maio do ano passado o Itaú comprou a operadora de cartões de crédito Credicard por R$ 3 bilhões, e agora, em janeiro de 2014, anunciou a compra do banco chileno CorpBanca por US$ 3,7 bilhões, reforçando sua posição de transnacional brasileira, para orgulho de Luiz Inácio.