Há 150 anos – 28 de setembro de 1864 - trabalhadores do mundo, incluindo Karl Marx e Friederich Engels, reuniram-se numa pequena sala em St Martin’s Hall, em Londres, para organizar a I Associação Internacional dos Trabalhadores. Era a tentativa de colocar em prática o lema de 1848 pelo Manifesto do Partido Comunista: “Proletários de todos os países, uni-vos!”
Marx já havia percebido desde sua participação na Liga dos Comunistas que o capital estava organizado de tal forma para atingir o mundo todo; que a indústria moderna se desenvolvia graças ao poder de triturar vidas de trabalhadores; que a burguesia organizava os Estados nacionais segundo interesses de seus negócios. Para isso, também seria necessário os representantes da força de trabalho tomar iniciativa e se organizar como força política capaz de mudar o curso da história.
Se o capital estava organizado em todos os países, a burguesia tinha o poder de fazer o que lhes interessava com os Estados nacionais para atender seus negócios. A Associação Internacional dos Trabalhadores seria uma forma de decretar abertamente a luta de classe do proletariado com a burguesia. O Manifesto do Partido Comunista de 1848 já havia anunciado que a “história da humanidade tem sido a história das lutas de classes”, mas também havia dito que essas lutas são: “ora veladas, ora desveladas”. Para a burguesia interessa manter veladas as contradições de classes, mas ao proletariado interessa desvelar, porque enquanto as lutas estão escondidas, a burguesia mantém uma forma de exploração para extrair o máximo de lucro da força de trabalho e acumular capital sem limites, mesmo com aumento da miséria dos trabalhadores.
Assim a AIT tinha a responsabilidade de expor as disputas entre os dois projetos de sociedade: de um lado, o modo de produção capitalista representado pela burguesia; de outro lado o comunismo representado pelo proletariado. O modo de produção capitalista é a forma de organização em que uma pequena parte se apropriou historicamente dos meios de produção da vida e explora o trabalho da grande maioria para acumular infinitamente, mais e mais riquezas. No comunismo os meios de produção são da coletividade e a forma da produção é o trabalho comum, com objetivo de retorno ao trabalhador que é o verdadeiro produtor para garantir a vida com dignidade.