No início do mês de maio, blogs que acompanham as notícias da Guerra Popular na Índia noticiaram a unificação do Partido Comunista da Índia (Maoísta) e do Partido Comunista (Marxista-Leninista) Naxalbari em um só partido, que manteve a designação de Partido Comunista da Índia (Maoísta).
Esta foi uma grande notícia não só para o movimento marxista-leninista-maoísta da Índia, como para todo o conjunto do movimento comunista internacional. A página ‘Gran Marcha Hacia el Comunismo’ divulgou a versão em espanhol da Declaração de unificação do PCI (Maoísta) e do PCI (M-L) Naxalbari (1º de Maio de 2014).
A declaração destaca que “por ocasião do Dia Internacional do Proletariado Mundial, o glorioso 1º de Maio, nós, os maoístas da Índia, com um grande sentido de responsabilidade e firme convicção, anunciamos a unificação entre o PCI (Maoísta) e o PC da Índia (M-L) Naxalbari em um único partido, que se juntará como Partido Comunista da Índia (Maoísta). Fortalecendo assim a vanguarda do proletariado indiano, que é um contingente do proletariado internacional, nos dedicamos mais firmemente à causa da revolução indiana e da revolução proletária mundial”.
O nome Naxalbari é uma referência ao grande levantamento que ocorreu neste local em 1967, empreendido pelo Grupo Guerrilheiro do Povo, dirigido pelo Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista), sob a chefatura do grande dirigente comunista Charu Mazumdar.
A repressão que se abateu sobre os maoístas indianos no final dos anos de 1960 e início da dos anos de 1970 deixou mais de 10 mil mortos e a desaparição de muitos quadros do PCI (ML), entre os quais o líder Charu Mazundar, assassinado na tortura. Os grupos sobreviventes continuaram atuando, embora sem contato, o que fez com que se criassem organizações independentes que cresceram e desempenharam significativo papel, desenvolvendo durante mais de 30 anos a Guerra Popular. Em 2003, o Centro Comunista Maoísta e o Centro Revolucionário Comunista da Índia se unem no Centro Comunista Maoista da Índia (CCMI). Um ano mais tarde, em 21 de setembro de 2004, o CCMI se une ao Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) (Guerra Popular), formando o Partido Comunista da Índia (Maoista). Sua organização militar unificada passou a se chamar Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL).
Em 1º de maio de 2014, dez anos depois, as forças revolucionárias atingem um novo avanço com a unificação do PCI (Maoísta) e do PC da Índia (M-L) Naxalbari. Lembramos que a Guerra Popular na Índia, que quinzenalmente tem seus avanços divulgados nas páginas de AND, mobiliza milhões de massas nas cidades, no campo e nas regiões tribais desse imenso país de um bilhão e trezentos milhões de habitantes.
“Sendo plenamente conscientes dos profundos sofrimentos e miséria em que a grande maioria do povo se vê forçada a viver na Índia e no mundo por causa do inumano sistema imperialista mundial; conscientes da devastação causada por este sistema sobre o meio ambiente mundial e a própria existência da vida neste planeta; mantendo a memória dos milhares de mártires que deram suas vidas pela causa do comunismo e agrupando-nos sob o carmesim da Bandeira Vermelha com seu sangue, nos comprometemos a fazer desta unidade que alcançamos uma poderosa arma da revolução.”
A declaração, assinada pelos dirigentes comunistas Ganapathy e Ajith, pode ser lida na íntegra em espanhol no link: http://revolucionnaxalita.blogspot.com.br/2014/05/india-declaracion-de-unificacion-del-pc.html