Os chefes políticos da Europa e o monopólio da imprensa burguesa andam repetindo que a crise - a “crise da dívida”, nuance conjuntural da crise geral que assola os monopólios internacionais desde a década de 1970 - está próxima do fim. Os números sobre o desemprego, mesmo os oficiais, indicador fundamental sobre o estado dos alicerces do sistema de exploração do homem pelo homem, insistem em desmenti-los.
Na comparação com o mês de março do ano passado o desemprego de março deste ano aumentou em dez Estados membros da União Europeia e manteve-se inalterado em três. A taxa de desemprego manteve-se estática em termos gerais tanto na zona euro (11.8%) como na União Europeia (10,5%) relativamente a fevereiro último, tendo baixado apenas algumas casas decimais em relação a março de 2013: dois décimos entre os países da moeda única e quatro décimos no conjunto dos 28 estados membros da UE.
Os países da União Europeia com taxas de desemprego mais baixas foram a Áustria (4,9%), a Alemanha (5,1%) e Luxemburgo (6,1%), tendo a Grécia (26,7% em janeiro) e a Espanha (25,3%) registrado as taxas mais elevadas.
Em Portugal, por exemplo, enquanto o gerenciamento de Lisboa títere da Europa do capital monopolista se atreve a comparar o momento atual de “aluno exemplar” da Troika interventora formada por FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu (a mesma expressão foi usada há cerca de duas décadas para definir a Argentina sob intervenção do FMI, e deu no que deu) com a derrota do fascismo salazarista há 40 anos, quando da Revolução dos Cravos, dizendo que o país está prestes a “caminhar com as próprias pernas”, a taxa de desemprego insiste em desmentir a retórica oficialesca da “recuperação”, mantendo-se na casa dos 15%. O desemprego entre os jovens, por seu turno, só faz aumentar: em março, a taxa bateu nos 35,4 %, 0,4 pontos percentuais a mais em relação a fevereiro.