
Manifestação pelas ruas do Rio de Janeiro
Desde o dia 7 de maio, quando os trabalhadores rodoviários do Rio de Janeiro atropelaram a direção pelega do sindicato e decidiram pela greve por melhores salários e condições de trabalho, em várias outras capitais e cidades do país essa numerosa categoria que figura entre as maiores e ocupa um posto estratégico para a economia do país, tem se mobilizado de forma intensa e deflagrado greves.
No dia 22, os trabalhadores rodoviários de Teresina – PI, Cuiabá – MT, São Luís – MA e em 11 cidades da Grande São Paulo decidiram paralisar os trabalhos.
Em Teresina, os motoristas e cobradores paralisaram mais da metade da frota a partir da madrugada do dia 23 exigindo 10% de reajuste salarial, aumento no tíquete alimentação e redução da jornada de trabalho das atuais 7h e 20 minutos para 6 horas. A greve foi mantida até o dia 26 quando, em assembleia, a categoria decidiu aceitar 7,5% de reajuste, contra os 5,8% oferecidos inicialmente pelos patrões.
Em Cuiabá, a greve atingiu 100% da frota na capital e em Várzea Grande, Região Metropolitana. As principais instituições de ensino tiveram que suspender as aulas durante os dois dias de greve. Os trabalhadores reivindicavam reajuste salarial, vale alimentação e outros direitos. No dia 24, os trabalhadores decidiram suspender a greve após conquistarem 7,15% de reajuste salarial, além de fornecimento de protetor solar pelas empresas. Os motoristas e funcionários também passarão a receber vale alimentação no valor de 5,6% dos salários, sendo que os motoristas o receberão a partir de julho e os demais funcionários a partir de dezembro deste ano.
Em São Luís, a greve chegou a atingir 100% da frota. As 25 empresas de transporte coletivo que atuam na capital maranhense tiveram suas garagens paralisadas. Os trabalhadores rodoviários reivindicavam 16% de reajuste salarial para motoristas, cobradores e fiscais, tíquete alimentação no valor de R$ 500,00, melhorias no plano de saúde e melhores condições de trabalho.

Assembleia dos rodoviários em São Luís (MA)
A assembleia da categoria definiu que a paralisação será mantida por tempo indeterminado. No dia 3 de junho, conclusão desta matéria, a paralisação continuava atingindo a totalidade da frota de São Luis e não havia acordo entre trabalhadores e patrões.
No estado de São Paulo, desde a tarde de 21 de maio, 11 municípios presenciavam a greve das empresas Mobibrasil e Viação Osasco. Essas empresas atendem os municípios de Diadema, São Bernardo do Campo, Osasco, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Pirapora do Bom Jesus, Barueri, Santana de Parnaíba e a capital.
Desde a madrugada, piquetes de trabalhadores nas garagens impediam que ônibus saíssem e agitavam a greve. Em Osasco a representação sindical dos trabalhadores rodoviários é pulverizada, havendo sindicatos de condutores e de funcionários das empresas, mas, a exemplo de outras greves ocorridas no último período, essa paralisação também foi realisada de forma independente do sindicato.
Os trabalhadores rodoviários se revoltaram contra a direção do sindicato que havia acordado com as empresas um reajuste de 8% quando a categoria reivindicava 15%.
“Nem empresas nem o sindicato nos consultaram sobre esse reajuste. Já que o sindicato não vem para a rua com a gente, nós decidimos parar” – declarou o cobrador Roberto Meiado ao estadao.com.br em 22 de maio.
A greve foi encerrada no dia 24 sob ameaças do judiciário, que impôs multa diária de R$100 mil aos grevistas que realizavam piquetes e mobilizações nos portões das garagens das empresas.
No dia 26 a greve nos transportes rodoviários foi deflagrada em Salvador – BA. Os trabalhadores atropelaram a direção do sindicato da categoria, que era contrário a paralisação e havia aceitado a proposta de 9% de reajuste feita pelos patrões, quando a categoria reivindica 15%. A greve causou grande impacto na capital e fez com que escolas, faculdades e o comércio interrompessem seu funcionamento.
No dia 27 os motoristas e cobradores do Rio de Janeiro realizaram mais uma jornada de paralisações, a terceira desde o dia 7 de maio. Os trabalhadores rodoviários da capital fluminense exigem reajuste salarial de 40%.
No dia 28, os ônibus de Florianópolis – SC amanheceram parados na paralisação de 24 horas deflagrada pelos rodoviários. A greve foi um protesto contra a demissão de 350 cobradores devido a implantação do sistema de catracas eletrônicas no transporte coletivo da capital. Cerca de cinco mil trabalhadores aderiram ao protesto.
Em 27/5, os trabalhadores metroviários de SP aprovaram em assembleia a paralisação nas linhas 1, 2, 3 e 5 do metrô da capital paulista a partir do dia 5 de junho. Após cinco reuniões de negociação a empresa ofereceu 5,20% de reajuste. Os trabalhadores exigem 35,47% de reajuste salarial; 13,25% de reajuste no valerefeição; vale-alimentação de R$ 379,80 (atualmente é de R$ 247,69); plano de carreira; Metrus Saúde para aposentados; reposição do quadro de funcionários; e PR (participação nos resultados) igualitária. A assembleia debateu que no dia 4 de junho ocorreria uma audiência de conciliação na Justiça do Trabalho e, de acordo com o avanço das negociações, a greve poderá ser convertida em catraca livre (liberação do transporte sem que os passageiros tenham que pagar).