Fórum Nacional aperta o controle sobre a estrutura de governo e determina repressão
Na 1ª quinzena de maio, AND noticiou o encontro de 2014 do Fórum Nacional, mecanismo-matriz de ação política dos fatores de poder que controlam o Brasil. Light, Oi, Bradesco, Andrade Gutierrez, Klabin, Itaú, Gerdau, Odebrecht, Banco Safra, Camargo Corrêa, Sebrae, Fiesp, CNI, Firjan, Icatu, BBM, Ultra, Embraer, Bovespa, Ibmec, Natura, Renova e o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP, biombo das transnacionais do setor), além do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e das estatais Caixa, Correios, Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Finep e IPEA financiaram uma reunião de três dias destinada a consagrar a recandidatura presidencial de Dilma Rousseff e transmitir-lhe algumas “orientações”.
Estas últimas vieram a público após o fechamento da edição de maio. A leitura do documento que as contém, apresentado pelo superintendente geral do Fórum, João Paulo dos Reis Velloso, ajuda a entender o que vem acontecendo.
Três R
Ministro do Planejamento de 1969 a 79, Reis Velloso é o principal articulador do grupo o sintetizador habitual das diretrizes necessárias aos objetivos estratégicos dos monopólios nele congregados. A orientação que emerge do programa lido por ele se resume em três palavras começadas com R: regressiva, recessiva e repressiva.
Os dois primeiros aspectos talvez escapem à primeira leitura de quem não está acostumado aos textos do Fórum. Seja propositalmente, já que a ambiguidade é uma característica usual deles; seja por expressar posições de uma burguesia desnorteada desde 2008, quando tem início a crise econômica em curso, o documento parece ir numa direção para logo tomar outra. Reis Velloso fala em industrialização e termina defendendo uma economia primário-exportadora; e diz que o Brasil precisa crescer no mínimo 5% ao ano mas prega, ao mesmo tempo, medidas recessivas, como o corte de benefícios previdenciários.