As favelas ilustram o cenário de uma guerra civil que acontece e é acobertada e naturalizada pelo monopólio da imprensa. A população que vive na miséria é dizimada por agentes do Estado que estão legitimados para tal ação. Os inimigos do Estado são a população miserável que não condiz com o cenário luxuoso da Zona Sul do Rio de Janeiro.
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) surgem neste cenário de guerra civil permanente e disfarçada, supostamente como forma de desmitificar as ações violentas da polícia nas comunidades, tentando melhorar a imagem da polícia perante a população aproximando-a, fortalecendo as políticas sociais e com a missão de acabar com a violência nas comunidades e proteger a população destas áreas.
As UPPs seriam parte de uma política de segurança pública que prioriza as incursões duradouras nas áreas de risco da cidade, como forma de prevenção da violência e bem-estar social.
Nas favelas ocupadas, as UPPs não são encarregadas apenas de “proteger” a população pobre, mas também de interferir no cotidiano dos moradores das favelas. E os depoimentos afirmam que os policiais executam tal tarefa de maneira repressora. Entram em suas casas, roubam, interferem em batizados, festas familiares, bailes funk. Qualquer evento cultural depende da permissão dos agentes da UPP.