No último dia 9 de outubro, a senhora Christine Lagarde, atual “diretora-gerente” do Fundo Monetário Internacional, o FMI, anunciou oficialmente a possibilidade de a economia da zona do euro voltar a retroceder, em vez de crescer, “caso não sejam adotadas as políticas corretas”.
Políticas corretas? É bom lembrar: o famigerado fundo dirigido pela senhora Lagarde é um dos pilares da não menos malquista Troika, a comissão de intervenção anticrise, por assim dizer, responsável pelo alinhavamento de um arrocho coordenado e sem precedentes ao mundo do trabalho em nações como Portugal, Grécia e Irlanda, por exigir as privatizações, por promover socorros a bancos e arquitetar tudo mais que é contrarreforma antipovo que vem sendo levada a cabo já há anos na Europa sob o apelo ao “sacrifício” passageiro e justamente ante a promessa de que dias melhores virão. Ou seja: as políticas supostamente... corretas.
Segundo a senhora Lagarde, se o capitalismo europeu como um todo voltar a encolher, com retração da economia, a culpa terá sido da recessão na Itália, da estagnação da França, da desaceleração da Alemanha...
Pois então, a Alemanha, “motor da Europa”, cuja chanceler Angela Merkel e banqueiros mandam e desmandam em todo o continente arrotando “solidez e imunidade” à generalizada degradação, o imperialismo alemão vê agora sua indústria registrar a maior queda desde 2009. No intervalo de um ano, entre agosto de 2013 e agosto de 2014, as encomendas para as fábricas da Alemanha recuaram um total de 1,3%, contrariando, ou melhor, desmoralizando as previsões de alta de 2,6%.