
Operação de guera foi montada contra camponeses
Em 6 de novembro último, em um ato de repúdio ao assassinato do dirigente camponês Cleomar Rodrigues, o superintendente do Incra-MG, Danilo Daniel Prado Araújo, declarou, simulando desconhecer a existência da luta de classes no campo, que a ação do latifúndio e seus bandos de pistoleiros é uma “afronta ao Estado”. Ele revelou que, logo após o assassinato de Cleomar, uma equipe do Incra e agentes da Polícia Federal estiveram em Pedras de Maria da Cruz, no Norte de Minas, para realizar uma demarcação em uma fazenda e que foram impedidos de entrar pelo latifundiário e seus “seguranças”. A equipe da Polícia Federal teve que “recuar” devido ao “efetivo insuficiente”, declarou o Sr. Danilo.
Pois os efetivos das forças de repressão do Estado burguês- latifundiário, que seriam “insuficientes” para assegurar a demarcação de terras do latifúndio para “fins de reforma agrária” (para utilizar o linguajar “constitucional” como tanto gostam de falar os senhores gerentes de turno do velho Estado), agem de forma maciça e brutal para reprimir as massas camponesas.
Notícias veiculadas em páginas na internet de Rondônia reportaram nova operação de guerra em curso contra os camponeses da região de Monte Negro, próxima a Buritis. Cerca de 80 agentes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Exército e Força Nacional de Segurança, contando com o apoio de dezenas de viaturas e helicópteros, desencadearam a chamada “Operação Terra Limpa I” na madrugada de 20/11/2014.
Blogs e páginas policiais dizem se tratar de uma operação para “localizar armas ilícitas, substâncias entorpecentes, foragidos da Justiça e de localizar e prender o responsável pela morte de Elias Pereira Pinto, acontecida em um confronto no dia 04/10 na fazenda Formosa”. Para justificar a operação de guerra, buscam atribuir a morte de Elias — que, segundo nota da Comissão Pastoral da Terra (CPT) publicada em 16/10/2014, seria um pistoleiro da fazenda Padre Cícero — à Liga dos Camponeses Pobres, que apoia e organiza os camponeses em luta pela terra na região.
Simples barracos de famílias camponesas foram invadidos por policiais e militares fortemente armados nessa operação, que, segundo informações, tinha como objetivo cumprir 23 mandados de busca e apreensão. Os agentes da repressão cadastram todos os moradores da região, homens, mulheres e até crianças que poderão ser convocados para prestar depoimentos futuros. Os camponeses denunciam ameaças a truculência dos agentes de repressão.