
Criança palestina em trecho de Gaza destruído
Não se pode falar em esquerda, a autêntica esquerda, disputando hoje quaisquer farsas eleitorais levadas a cabo mundo capitalista afora, seja para a definição dos administradores dos países imperialistas, seja para a “escolha” dos gerentes dos Estados semifeudais e semicoloniais. Muito menos ainda quando o “sufrágil” é em Israel, onde as facções eleitoreiras representam as correntes mais ou menos sanguinárias do sionismo, mais ou menos afoitas para pôr em prática as políticas do genocídio prolongado na Palestina invadida, ainda que algumas delas, e justamente as que tentam se fantasiar de esquerda, lancem mão do discurso pacifista para tentar fazer fumaça à natureza fascista do Estado sionista.
Pois, no último dia 18 de março, o fascista Benjamin Netanyahu “venceu” as eleições antecipadas convocadas por ele próprio, conquistando um terceiro “mandato” consecutivo, um álibi institucional para intensificar as políticas de morte, perseguição e confinamento na Palestina, e contrariando as expectativas dos “analistas” e as pesquisas de intenções de voto, que apontavam, até a véspera do sufrágio, vitória da assim chamada “coalizão de centro-esquerda” União Sionista, cujo cabeça de chapa era o “trabalhista” Isaac Herzog, filho de um general do exército israelense e sobrinho de Abba Eban, ministro das Relações Exteriores à época da Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando as forças armadas sionistas lançaram uma grande ofensiva contra vários países árabes e Israel se tornou uma espécie de “superaliado” do USA.
Demagogicamente, o chefe de turno do imperialismo ianque, Obama, anunciou que Washington poderá rever esta “super-aliança”, ou seja, sua política de “blindagem” a Israel no cenário internacional diante da postura de Netanyahu de ser contra a criação de um Estado palestino. Demagogicamente porque a criação de um Estado palestino, ou melhor, a expectativa sempre alimentada pelo USA acerca da criação de um Estado palestino está para o genocídio na Palestina como as promessas de “liberdade” e “democracia” estão para as mortíferas invasões do imperialismo ianque do Iraque e do Afeganistão.
Vencida a eleição, Netanyahu recuou e voltou a abraçar publicamente a possibilidade de haver dois Estado na Palestina invadida no futuro, voltou a abraçar a pedra filosofal com que o Estado criminoso e ilegítimo de Israel e a “comunidade internacional” produzem o elixir da empulhação eterna no que tange à questão Palestina.