USA: Baltimore em chamas!
No fechamento desta edição de AND, recebemos informações das combativas rebeliões populares que incendiaram a cidade de Baltimore, no estado de Maryland, no USA.
O motivo da indignação foi a morte de Freddie Gray, 25 anos, vítima de lesão medular nas dependências de uma prisão em 19/4. O assassinato covarde de mais um jovem negro desencadeou uma onda de protestos que terminaram em violentos confrontos com a polícia, viaturas incendiadas etc. Em 26 de abril, a repressão prendeu 34 pessoas que participavam de protestos, sendo que 12 já haviam sido presas um dia antes, 25/4.
No dia 24, a polícia admitiu que “errou” no procedimento de detenção de Freddie, que, num vídeo, aparece sendo colocado na viatura gritando de dor. Na ocasião, a coluna do rapaz ficou gravemente ferida. A repressão ainda admitiu que, dentro da viatura, o cinto de segurança não estava afivelado, o que, provavelmente, teria provocado o ferimento que o afetou mortalmente.
Estas ondas de protestos não são novidades no USA que, em agosto de 2014 (e meses seguintes), foi palco de renhidos confrontos da juventude negra contra a polícia racista após o assassinato do adolescente Michael Brown na cidade de Ferguson, estado do Missouri. As organizações de defesa dos direitos do povo apontam que estas abordagens e as ações policiais fazem parte das políticas de repressão do Estado ianque contra a juventude e as populações das periferias dos grandes centros urbanos do USA.
No dia do enterro do rapaz, 27/4, ocorreram novos protestos. Na próxima edição de AND traremos mais informações.
Europa: perseguição e prisões de ativistas turcos
No dia 15/4, forças especiais da polícia alemã atacaram, simultaneamente, ativistas da Associação dos Trabalhadores Turcos na Europa (ATIK) em Nuremberg, na Alemanha, e também na Suíça. A operação foi realizada pelas forças especiais que, subitamente, arrombaram as portas das casas dos ativistas.
Uma declaração emitida pelo departamento jurídico da ATIK denuncia que a operação foi ordenada pelo Ministério Público em Karlsruhe. A informação mais recente é que a maioria do Conselho Geral da ATIK foi presa arbitrariamente com base em acusações infundadas.
O Conselho Geral da ATIK, as organizações Nova Mulher e Juventude Nova Democracia, ativistas e representantes da ATIK declararam que não se intimidarão ou se calarão diante dessa tentativa de criminalização.
“Essas prisões foram ordenadas pelos imperialistas europeus e do Estado turco. A ATIK não vai parar sua luta democrático- revolucionária” — afirmaram os ativistas em manifesto de denúncia.
Até o fechamento dessa edição do AND, os ativistas permaneciam arbitrariamente encarcerados.
Liberdade para os presos políticos Mapuche
A repressão contra o povo Mapuche tem se intensificado da forma mais brutal. O periódico El Pueblo, órgão da imprensa popular e democrática do Chile, divulgou, no último mês, uma série de denúncias das perseguições do velho Estado contra suas comunidades, a situação dos presos políticos Mapuche, que estão em greve de fome desde o dia 23 de março na Penitenciária de Angol, e a luta desse bravo povo contra o roubo de suas terras ancestrais.
No dia 6 de abril de 2015, o Lof* Rankilko, da zona de Bajo Malleco, iniciou uma mobilização contra a construção de casas em terras historicamente usurpadas por grandes burgueses e latifundiários. Esses roubos das terras se deram de várias formas, principalmente através de empresas florestais.
Rapidamente, as forças armadas do velho Estado burguês e latifundiário foram mobilizadas reprimindo brutalmente os manifestantes com disparos, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Nessa ocasião, o werkén (considerado uma autoridade pelo povo Mapuche) do Lof, Rodrigo Curipán Levipán e Guido Barras Nahuel foram presos. Esses lutadores foram libertados depois de serem mantidos reféns durante várias horas sem que seu paradeiro fosse revelado pelas forças de repressão.
Em resposta a essas medidas antipovo do velho Estado chileno, a comunidade de Rankilko fez um chamamento para uma grande mobilização e protesto que ocorreu no dia 10 de abril, reafirmando sua decisão de continuar firme na luta pela terra. O Comitê de Defesa da Luta do Povo Mapuche repercutiu esse chamamento, convocando os democratas chilenos a se solidarizarem com a luta dos Mapuche levantando as consignas: “Contra a militarização da zona Mapuche! Liberdade para todos os presos políticos Mapuche! Recuperar com luta as terras do povo Mapuche!”.
*Designação dada pelo povo Mapuche às comunidades em que vivem grupos de famílias que se consideram mutuamente aparentadas ou ligadas por um ancestral comum.