Nota da Redação do AND: Em 19 de junho, Dia da Heroicidade, data que marcou os 29 anos da heroica resistência dos prisioneiros políticos e prisioneiros de guerra do Partido Comunista do Peru nos anos de 1986 e 1992, esta nota foi publicada e divulgada em várias páginas e blogs comunistas e revolucionários da internet. Dada a sua importância, traduzimos, adaptamos e reproduzimos aqui trechos desta nota extraída de vnd-peru.blogspot.com.

Militantes do PCP transformaram os presídios em 'Luminosas Trincheiras de Combate'
O imperialismo se afunda cada vez mais em uma série de crises econômicas cada vez mais longas, persistentes, seguidas e em uma série complexa de guerras de todo tipo. O imperialismo está na etapa de seu afundamento e varrimento definitivo pela nova onda da revolução mundial, que começou por volta de 1980.
A luta interimperialista pelas fontes de matérias-primas e de energia, vias de comunicação, mercados para seus investimentos e mercadorias do Terceiro Mundo e por nova partilha, é cada vez mais aguda. Isto tem como consequência a agudização de todas as contradições no mundo atual, principalmente da contradição principal, porque o butim da disputa interimperialista são os países oprimidos.
A superpotência hegemônica única, o imperialismo ianque, em conluio e pugna com a outra superpotência atômica, Rússia, e as outras potências imperialistas, com sua guerra de agressão contra os países oprimidos do Terceiro Mundo, vai colhendo fracasso após fracasso. O plano do imperialismo ianque, encabeçado pelo genocida Obama, de “nativizar” sua guerra de agressão na Síria, Líbia, etc., ou também simulando sua saída como no Iraque e Afeganistão, e logo seguir controlando o país como nos anos de 1960 no Vietnã do Sul (com governo e exércitos títeres sob seu comando imediato, outras forças mercenárias e com apoio de ataques aéreos próprios e de seus “coligados”) já fracassou e, cada vez mais, terão que implicar-se mais na guerra de ocupação com ingentes recursos humanos e materiais, cujo custo o desgastará ainda mais. Esse mesmo caminho seguirá sua maior intervenção militar no Terceiro Mundo com o envio de suas “tropas de elite” (SEALS e outros) a 84 países (entre eles o Peru), para que se encarreguem de formar, sob seu comando, tropas nativas que combatam os nativos.
Estas derrotas do imperialismo são parte do varrimento, porque o levam de fracasso em fracasso. Apesar de terem que enfrentar a imensa carnificina, os povos dos países agredidos, ocupados, o fazem em condições relativamente difíceis por problemas de direção dessas lutas. Isso porque os maoístas não têm avançado o suficiente para dotar esses povos de Partidos Comunistas que os dirijam.
Mas a reação atiça a revolução e assim os povos do mundo vão desenvolvendo a nova grande onda da revolução proletária mundial. Daí também deriva a importância de seguir desenvolvendo a campanha em defesa do maoísmo e servir à guerra popular no Peru, na Índia, Turquia, Filipinas, etc., brigando para que se vá somando novas guerras populares com o desenvolvimento vitorioso do processo de reconstituição dos Partidos Comunistas. Isto é de grande importância no desenvolvimento da situação atual e de grande perspectiva estratégica para mudar a correlação de forças entre revolução e contrarrevolução no mundo.
Como também é de suma importância a campanha internacional que se desenvolve em apoio à guerra popular na Índia, contra o genocídio levado a cabo pelo governo fascista desse país contra o povo e pela defesa dos presos políticos e prisioneiros de guerra nesse país do Sul da Ásia.
Como parte da mesma tarefa internacional também nos solidarizamos com os revolucionários das fileiras do Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/M-L), do Partido Comunista Maoísta (MKP) e outros presos na Turquia; assim como os dirigentes dos trabalhadores turcos da Confederação dos Trabalhadores Turcos na Europa (ATIK).
Consideramos também de grande necessidade apoiar a luta dos presos palestinos nas prisões do Estado sionista de Israel, a dos maoístas presos em Marrocos, a campanha pela libertação do comunista libanês Georges Ibrahim Abdallah, preso desde 1984 na França, dos prisioneiros políticos revolucionários na Itália, etc.
Na América do Sul é de suma importância unir a luta pela defesa de nossos prisioneiros de guerra assim como a luta em defesa dos prisioneiros políticos e sociais no Brasil, exigindo a liberdade de Igor Mendes e de todos os presos por participarem das lutas das massas brasileiras contra o governo reacionário e contra os latifundiários, grandes burgueses e o imperialismo.
Quanto ao desenvolvimento da situação atual em nosso país (Peru), a sociedade semifeudal e semicolonial, submetida ao imperialismo, principalmente ianque, sobre a qual se desenvolve um capitalismo burocrático, está cada dia mais afundada e junto com o velho Estado que a representa e defende. Se mantém somente por força das armas e a inércia. O governo fascista, genocida e vende-pátria de Humala é o mais serviçal do imperialismo, principalmente ianque, de todos os que o sucederam no governo do país e junto com seu Parlamento e sistema judicial, fiscal e carcerário. Dão mostra, a cada dia, de maiores sinais de decomposição.
Novos e imensos escândalos são destampados na disputa pelo butim público e particular entre as autoridades e representantes do velho Estado em todos os níveis.
Mas a ação reacionária atiça a revolução. O grande saqueio provoca o avivamento da luta camponesa.
Nesses dias, as mobilizações camponesas estão se expressando na luta do vale de Tambo, no sul do país, contra a mineradora imperialista Southern Copper Corporation (SCC) e contra a feroz agressão desatada pelo governo do genocida Humala, que mandou suas forças armadas para massacrar o povo.
Veem-se grandes mobilizações operárias e da pequena burguesia, como as ocorridas no final do ano passado e começo desse ano em curso, contra a superexploração, desemprego, fome, miséria e leis que suprimem direitos, que vão custando sangue em benefício do imperialismo, grandes burgueses e latifundiários.
Tem a greve nacional dos professores do Sindicato Unitário dos Trabalhadores da Educação do Peru (SUTEP), organizados no Comitê nacional de Luta e no Comitê Nacional de Reorientação e Reconstituição do SUTEP (CONARE-SUTEP), contra as leis da educação ditadas por este governo contra o magistério, os estudantes e o povo. Mobilização e greve nacional que é contra a direção nacional do SUTEP dos revisionistas do “Patria Roja” (partido revisionista), vendido a este governo e que, junto com as ratazanas do Conare-Modavef*, traem a luta dos professores e do povo para usar e desviá-las, para levar as massas a participarem das eleições reacionárias, para mudanças de autoridades do velho Estado.
Estas poucas lutas que mencionamos são mostra do desenvolvimento da situação revolucionária. Em todas essas mobilizações, lutando por dirigi-las, estão avançando firmemente os comunistas sob a chefatura do Partido e da revolução, o Presidente Gonzalo e o pensamento Gonzalo, em luta de morte contra o revisionismo de ambas LODs (Linhas Oportunistas de Direita) e do velho revisionismo. Assim, as massas vão sendo educadas na violências revolucionária e aplicam o aprendido da guerra popular.
Nesse processo, está avançando a tarefa de reorganização geral do Partido para solucionar o problema de direção da guerra popular e para, assim, se dar um novo grande impulso. Corresponde a quem no país tem assumido esta tarefa ir àqueles que, apesar de estarem trabalhando temporária e relativamente isolados, estão decididos a unir-se sob a chefatura do Presidente Gonzalo, baseados na BUP (Base de Unidade Partidária), para impulsionar a tarefa pendente.
Como parte de nossos afazeres, temos que seguir desenvolvendo a campanha internacional em defesa da saúde e da vida do Presidente Gonzalo, exigindo sua apresentação pública e direta perante a imprensa nacional e internacional para servir a impor o maoísmo como único mando e guia da revolução proletária mundial.
Honra e glória aos heróis caídos!
Viva o Dia da Heroicidade!
Viva o 35o aniversário da guerra popular no Peru!
Movimento Popular Peru (Comitê Reorganizador)
Junho de 2015
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*Modavef - Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais: bando revisionista capitulacionista defensor de um “acordo de paz” com o Estado reacionário visando uma “solução política para os problemas derivados da guerra” dirigida pelo Partido Comunista do Peru.