Na tarde do dia 7 de julho, o portal Rondônia Vip publicou uma matéria com o título “Terror no Vale do Jamari: invasores promovem destruição e morte na fazenda Padre Cícero”. O dito portal não teve sequer o trabalho de entrevistar ativistas dos movimentos de luta pela terra nem de apurar os acontecimentos junto a órgãos como o Incra, o que só contribui para encobrir crimes graves cometidos por latifundiários, pistoleiros e policiais contra os camponeses.
Em outubro de 2013, os camponeses criaram o acampamento Monte Verde nest a fazenda, cortaram as terras por conta própria e distribuíram os lotes.
O latifundiário Nadir Jordão dos Reis se diz proprietário da área de pelo menos 1.200 alqueires localizada na Gleba Rio Alto. Esta terra mais a Gleba São Sebastião somam aproximadamente duzentos mil hectares que se estendem por sete municípios. Na década de 1990, as duas glebas foram demarcadaspelo Incra em 4 mil lotes de 50 hectares que eram destinados à “reforma agrária”, mas foram griladas por fazendeiros e latifundiários com a conivência de funcionários corruptos do Incra.
Camponeses relataram ataques de pistoleiros a mando do latifundiário Nadir Jordão e afirmaram que há policiais entre eles. Denunciaram ainda agressões e disparos contra o acampamento. O advogado dos acampados, Dr. Ermógenes Jacinto de Souza, também denunciou que foi ameaçado de morte. O acampamento já foi alvo de diversas ações policiais de despejo. Barracos foram destruídos, homens, mulheres e crianças foram presos.
Em julho de 2014, o Incra confirmou que as terras do acampamento Monte Verde são da União e que tem interesse na área para fins de “reforma agrária”. Várias reuniões de negociação foram feitas. Os camponeses propuseram ficar com 875 alqueires e passar 363 alqueires para Nadir Jordão, mas este só abre mão de 280 alqueires e quer que, o Incra regularize o restante da fazenda em seu nome. Não houve acordo. Se esta regularização for feita — afirma a LCP — acabará por incentivar a violência contra os camponeses, já tão grande na região, uma vez que o latifundiário é acusado de inúmeros crimes.