a tarde de 28 de setembro, forças especiais de carabineros (policiais) do Chile promoveram um violento ataque contra a Comunidade Coñomil Epuleo, localizada em Ercilla, região da Araucanía, com carros blindados e bombas de gás, acompanhados até por um helicóptero.

O comunero José Coñalinco foi baleado no rosto durante ataque
Durante a invasão, após disparos feitos pela polícia, o comunero José Coñalinco foi baleado no rosto quando se encontrava no pátio de sua casa, diante de sua família. Depois disso, Coñalinco foi abandonado gravemente ferido no local enquanto os carabineiros se retiravam. Os próprios membros da comunidade tiveram que transportá-lo com urgência até o Hospital de Victória, onde foi internado em estado grave.
As famílias presentes durante o ataque denunciaram que os carabineros cercaram o hospital para onde Coñalinco foi levado, ficando sob poder da polícia, e que as forças de repressão não permitiram visitas. O hospital foi proibido pelos policiais de dar informações a seu respeito.
Coñomil Epuleo luta há vários anos pela recuperação ancestral do território indígena e contra a criminalização da luta desenvolvida pelo povo Mapuche. A comunidade já enfrentou várias tentativas de despejo por parte de carabineros e em meio à disputa com o latifundiário Hernán Bayer, mas resiste em sua luta por recuperar suas terras de aproximadamente 1.500 hectares. Os colonos afirmam que resistirão e se defenderão com base no internacionalmente consagrado direito à autodeterminação.
Em 6 de outubro, a polícia chilena fez uma violenta operação no Lof Rankilko (Lof é designação dada pelo povo Mapuche às comunidades em que vivem grupos de famílias que se consideram mutuamente aparentadas ou ligadas por um ancestral comum) a título de procurar armas. Casas foram reviradas e até depredadas pelos agentes do Estado. Cinco membros da comunidade chegaram a ser presos, mas foram libertados.