Ocupação e resistência estudantil na UFPE
No último dia 2 de outubro, estudantes e técnicos administrativos realizaram um combativo protesto que se dirigiu até a reitoria da Universidade Federal de Pernamabuco (UFPE) com o objetivo de participar da reunião do conselho universitário e cobrar a Homologação do Novo Estatuto, que foi entregue e protocolado há mais de cinco meses pelos delegados eleitos de forma paritária para representar seus centros (docentes, técnicos e estudantes) ao vice-reitor, na biblioteca central do campus.
Resistência estudantil enfrenta agentes de repressão da Polícia Federal e da PM
A entrada dos estudantes foi vetada pelo reitor, que colocou bate-paus na porta do auditório onde estava acontecendo a reunião do conselho universitário. Sem temer as intimidações, alguns estudantes conseguiram furar a barreira até a entrada da sala do reitor e exigiram que ele fosse falar com os manifestantes. Ele desceu escoltado por seguranças federais para representar seu monólogo e não escutar as reivindicações. Assim que resolveu sair, os estudantes fizeram uma barreira para que ele continuasse ouvindo a pauta: convocar um conselho universitário aberto ainda este mês com exclusiva e única pauta, a Homologação do Novo Estatuto. Mesmo com todas as tentativas de diálogo por parte dos estudantes, os bate-paus do reitor avançaram agredindo todos, mas houve resistência. As combativas jovens assumiram a linha de frente. Dessa forma, os estudantes resolveram ocupar a reitoria para que sua pauta fosse atendida.
No primeiro dia de ocupação, a luz e a água foram cortadas e, nesta noite, se iniciou de forma covarde a tortura dos que ocupavam o espaço. Seguranças ligaram a sirene e os faróis para dentro da reitoria e um de seus capachos bradou: “Hoje a noite é uma criança e vocês são o nosso brinquedo”, “Vocês querem segurança? Nós estamos aqui”, “Está chegando a hora do banho” e “Vocês estão cansados?”. As provocações baratas e medíocres não intimidaram os manifestantes, que se mantiveram firmes e gritando palavras de ordem.
A ocupação se manteve durante sete dias de forma organizada. Várias tentativas de diálogo com a reitoria foram tentadas. Na reintegração de posse, em 8 de outubro, a Polícia Federal usou spray de pimenta e cassetetes, mas os jovens resistiram até o final, ou seja, até que os agentes de repressão tirassem um por um. Dois estudantes foram detidos e os demais foram até a PF exigir a liberdade de seus companheiros. Um advogado da Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) acompanhou o caso. Assim que os jovens foram liberados, foram recebidos pelos seus companheiros e companheiras, que cantaram: “Presos políticos, liberdade já! Lutar não é crime, vocês vão nos pagar!” e “Ir ao combate sem temer, ousar lutar, ousar vencer!”.
SP: estudantes protestam em defesa da educação
Nos primeiros dias de outubro, estudantes, pais e professores da rede estadual de ensino de São Paulo protestaram na capital e em outras cidades contra as mudanças que a gerência Geraldo Alckmin pretende promover para “reestruturar” o ensino no estado. Entre as medidas do governo que atacam a educação, está o fechamento de inúmeras escolas.