Nos primeiros dias de novembro, a imprensa capitalista veiculou informações sobre o saldo macabro desta mais recente escalada da violência sionista na Palestina invadida. Completado então um mês do início desta escalada, as agências de notícias internacionais davam conta de que “o conflito entre israelenses e palestinos” já resultara na morte de 83 pessoas, no período mais sangrento na região desde, nas palavras destes pregoeiros do sionismo, “a guerra de Gaza em 2014”.
A contagem mais detalhada dos mortos, porém, deixa claro que propagar a informação de que na Palestina há “conflito” ou simplesmente “guerra” é incorrer na mais infame cumplicidade com os crimes do Estado fascista de Israel. À guerra injusta e rotina de massacres, inscrita em um projeto sionista de genocídio de um povo usurpado, insultado e humilhado, o heroico povo palestino opõe a sua justa luta de libertação nacional. Não dobra os joelhos, resiste com pedras, punhais, fuzis e foguetes quase que artesanais, a um dos mais poderosos exércitos do planeta, treinado para o extermínio e armado com a última palavra em tecnologia para a destruição em massa.
Senão, vejamos: dentre os 83 mortos na Palestina do início de outubro ao início de novembro, 73 foram palestinos, incluindo duas crianças de dois anos de idade, enquanto as fileiras do sionismo, entre fardados e apoiadores civis da ocupação, amargaram 10 baixas. Ao passo que a imprensa burguesa/sionista noticia com alarde a entrada em hospitais de uma dúzia de israelenses feridos à faca em meio à “intifada de Jerusalém”, como muitos têm chamado a atual onda de revolta transbordada, em um mês os ataques do exército de Israel a manifestações de palestinos em Gaza, na Cisjordânia e na própria Jerusalém já deixaram mais de dois mil feridos. Quanto à chamada “guerra de 2014”, Israel adotou esta terminologia, classificando como a oitava guerra da sua história, um sanguinário massacre no qual morreram cerca de 2.200 palestinos, a maioria civis sem envolvimento direto com a resistência armada, contra 73 israelenses mortos, sendo a grande maioria baixas impostas às forças armadas assassinas.
Nas últimas semanas, os demagogicamente chamados “esforços de mediação internacional” lograram um “acordo”, fechado entre o USA e a Jordânia, que administra a mesquita de Al-Aqsa, para a instalação de câmeras de monitoramento na Esplanada das Mesquitas, local de constantes enfrentamentos entre palestinos e a polícia de Israel nos últimos meses. Ocorre que estes enfrentamentos têm se dado justamente por causa da revolta dos palestinos com a presença cada vez mais constante e ostensiva das forças de repressão do sionismo naquele local.