Colômbia: greve geral contra políticas antipovo de Santos
Cerca de quatro milhões de pessoas saíram às ruas por toda a Colômbia no último 17 de março no âmbito da greve geral convocada para aquele dia, contra as políticas antipovo do “presidente” Juan Manuel Santos, um autêntico agente do imperialismo ianque alçado ao posto de gerente dos interesses dos monopólios internacionais naquele país, transformado, à revelia da vontade do povo (como mostra seus 73% de desaprovação), em um autêntico enclave do USA na América do Sul.

Trabalhadores nas ruas contra medidas antipovo
À revelia do povo, sim, pois não por acaso a desaprovação de Santos é proporcional ao nível de desnacionalização da economia colombiana: hoje, cerca de 80% do aparato produtivo da Colômbia se encontra nas mãos de companhias capitalistas transnacionais.
As massas populares despejaram nas ruas sua justa revolta contra as políticas dos lacaios do USA, desde há muito encastelados nas altas instâncias do velho Estado colombiano, e que as infelicitam cada vez mais, a cada novo capítulo do arrocho ao povo e do entreguismo escancarado, como o ajuste do salário mínimo abaixo da inflação, a privatização, em janeiro, da companhia de energia estatal Isagen (responsável por 30% do abastecimento de energia da Colômbia), o escândalo de corrupção, com contratos superfaturados, na refinaria de Cartagena, o aumento de impostos que incidem sobre a população e a carestia. Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, em inglês) publicou um relatório mostrando que na Colômbia uma em cada dez crianças padece na desnutrição crônica.
Poucos dias antes da greve geral, o ministro colombiano da Fazenda, Maurício Cárdenas, enviou ao presidente do Congresso do país uma lista com as empresas públicas que o gerenciamento Juan Manuel Santos pretende privatizar ao longo do ano de 2016. São mais de 30 companhias estatais que Santos e Cárdenas pretendem levar a pregão, entre elas, muitas de natureza estratégica para os interesses da população, como bancos agrários e de desenvolvimento, empresas de energia e de telecomunicações.
Além disso, também consta no inventário do patrimônio público da Colômbia levado por Juan Manuel Santos a brechó a companhia estatal de petróleo Ecopetrol, da qual o Estado colombiano pretende “vender a maioria acionária”, com a desculpa de sempre em se tratando de países de matiz semicolonial gravemente impactados pela crise geral do capitalismo: sanar o déficit fiscal.