Violências do velho Estado são denunciadas em evento da ONU
As violências do velho Estado burguês-latifundiário durante a gerência oportunista de Dilma/PT foram denunciadas na 15ª Edição do Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão indígena (UNPFII), que ocorreu entre os dias 5 e 20 de maio, em Nova Iorque (USA).
O encontro, que reuniu mais de 1 mil indígenas de vários países, teve como objetivo principal discutir os conflitos relacionados à terra, territórios e às violações dos direitos indígenas ao redor do mundo.
No dia 13/05, Laura Vicuña Pereira, integrante do Cimi, em sua intervenção destacou que: Setores econômicos e políticos anti-indígenas brasileiros atuam fortemente dentro dos três poderes do Estado, com o propósito de colocar em marcha ações contra estes povos.
Elizeu Lopes, liderança Guarani e Kaiowá, também participou do evento. Em sua fala, também no dia 13/05, fez um panorama da situação desse povo no Brasil: Meu nome é Elizeu Lopes, sou Guarani e Kaiowá do estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Venho em nome do meu povo, o segundo maior do Brasil. E dizer que estou aqui hoje, com autorização judicial, meus companheiros e eu somos criminalizados por lutar pelos nossos territórios. [...] Muito triste é que desde a minha última vinda aqui, mais uma liderança Kaiowá foi assassinada devido a nossa luta por nossos territórios tradicionais, seu nome é Simeão Vilhalva, e até agora ninguém foi preso. A fazendeira anda à luz do dia, mostrando armas para nossos filhos, e nada foi feito. Nossas lideranças estão ameaçadas e desprotegidas. Sofrem intimidações por parte da Polícia e são criminalizadas em processos judiciais. Os suicídios de nossos jovens, que somam 730 nos últimos 14 anos, é para nós um massacre, um extermínio disfarçado e negado pelas autoridades. Por termos sido expulsos de nossos territórios [...] e por isso sofrermos perseguição, ameaças, discriminação. Venho mais uma vez a este fórum pedir que se cobre o Governo brasileiro a demarcação de nossos territórios. [...] Não queremos mais que o sangue de nossas famílias reguem as plantações de soja, cana ou sirva para o gado. Não vamos desistir de nossos territórios! [...] Os assassinos dos Povos indígenas sempre terão suas mãos sujas com nosso sangue, não deixaremos que vivam impunes e saiam vitoriosos!