Imperialistas pugnam por dominar a Síria
Na última edição de AND, analisamos o agravamento da pugna e a escalada da guerra imperialista de agressão à nação síria impulsionada pelas duas superpotências imperialistas de nosso tempo: o USA – em posição de superioridade – e a Rússia – o elo débil.
Bombardeio a escola em Hass, Idleb em 26/10
Já passados os fatos que noticiamos na última edição, em 3 de outubro, o USA anunciou a suspensão da tão propagada “conversação de paz pelo fim das hostilidades” com a Rússia. A secretaria de imprensa da Casa Branca (USA) afirmou que “acabaram-se as paciências com a Rússia”.
No dia 6 de outubro, Assad/Rússia afirmou que concederá anistia aos rebeldes de Aleppo que se renderem. A cidade está militarmente cercada.
Ante estes episódios, o conselho de segurança da ONU, como de costume, foi palco de intensas pugnas e conluios, e dali saiu a certeza da continuidade da agressão à Síria, em 8 de outubro.
A França, em conluio com os ianques, apresentou uma resolução ao conselho propondo o fim dos bombardeios da gerência Assad/Rússia à cidade de Aleppo, controlada pelos mercenários pró-ianques. Os russos, no entanto, vetaram, enquanto a China, outra potência imperialista que tem atuado de maneira tímida na disputa do butim, apenas se absteve. Em seguida, a Rússia apresentou sua resolução que propunha um “cessar-fogo” de caráter geral. França, USA e Grã-Bretanha, entre os principais, votaram contra.
A resolução do bando chefiado pelos ianques tinha em vistas, evidentemente, pressionar os imperialistas russos ante a opinião pública mundial como inimigos da paz. Por isso afirmou demagogicamente o chanceler francês: “[Quem se opõe à resolução apresentada pela França...] dará a Bashar al-Assad a possibilidade de matar ainda mais”. Como se, ao fundo e ao cabo, todas as potências imperialistas, sobretudo as envolvidas na guerra de agressão à Síria, não fossem as mais sanguinárias forças ali atuantes.
A resolução dos russos, no entanto, mostra precisamente a sua atual posição de debilidade na guerra de agressão e partilha da Síria, visto que embora comandando a ofensiva a Aleppo através do lacaio Bashar al-Assad, o seu real objetivo é perder menos na guerra imperialista. Por isso, ao avançar no cerco a Aleppo, logo propõe o “cessar-fogo”. De fato, no início da segunda quinzena de outubro, a Rússia anunciou cessar-fogo unilateral de 72 horas com fins de “ajuda humanitária” aos civis.
Sobem as apostas, aumenta-se a tensão
Dada a postura da superpotência imperialista russa, o USA cumpriu sua promessa de intensificar a pugna e solicitou uma investigação sobre os crimes de guerra cometidos – não exclusivamente – pela gerência Assad/Rússia.
Em 7 de outubro, John Kerry, secretário de Estado ianque, foi incisivo e caracterizou a intervenção russa – através de Assad – como “atos de terror” contra civis, mulheres e crianças, e acusou: “Os ataques a hospitais não são meros casos acidentais, vão muito além”. Não falou, no entanto, dos crimes de guerra praticados também pela intervenção ianque através dos mercenários.