Entre os dias 24 e 28/04, ocorreu em Brasília (DF), a 14ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), que reuniu mais de quatro mil indígenas, de cem povos diferentes, de todo o Brasil, consistindo em uma das maiores mobilizações indígenas dos últimos anos.
O evento foi organizado pela Apib, sendo composto por uma série de atividades como protestos, debates e atividades culturais.
Segundo a convocatória da Apib, o Acampamento teve como objetivo “Reunir em grande assembleia lideranças dos povos e organizações indígenas de todas as regiões do Brasil para discutir e se posicionar sobre a violação dos direitos constitucionais e originários dos povos indígenas e das políticas anti-indígenas do Estado brasileiro”.
Na tarde de 25/04, mais de três mil indígenas realizaram um protesto, que saiu do acampamento, ao lado do Teatro Nacional Cláudio Santoro, e se dirigiu até o Congresso. Os indígenas estenderam ao longo do ato uma grande faixa preta com os dizeres “Demarcação Já!”.
Os manifestantes foram atacados covardemente pelas Polícias Legislativa e Militar quando colocavam cerca de 200 caixões no espelho d’água do Congresso. Os caixões representavam as lideranças indígenas assassinadas nas lutas pelo seus territórios tradicionais, que vem se elevando nos últimos anos.
Os policiais lançaram por mais de uma hora bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, efetuaram disparos com armas de bala de borracha e utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes, incluindo crianças e idosos. Os indígenas revidaram atirando flechas e pedras contra os policiais. Várias pessoas passaram mal, intoxicadas pelo gás. Quatro indígenas chegaram a ser detidos pela Polícia Legislativa.