Na tarde de 6 de julho, o dirigente camponês Ademir de Souza Pereira, de 44 anos, foi covarde e barbaramente assassinado no bairro de Conceição, na Zona Sul de Porto Velho (RO).
Ademir Pereira era militante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e coordenador do Acampamento Terra Nossa, situado em Ariquemes, no qual os camponeses lutam pelas terras da fazenda Tucumã, em Cujubim.
O dirigente camponês estava na capital do estado junto com a sua esposa e outros três companheiros, onde participava de uma reunião com Cletho Muniz de Brito, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para tratar de uma série de reivindicações.
Conforme informações das testemunhas ao monopólio de imprensa (G1), o camponês conversava com um funcionário de um lava jato na Rua Viçosa com a Rua Algodoeiro, quando dois homens em um carro de cor preta se aproximaram e um dos homens efetuou vários disparos de pistola calibre 9 milímetros contra Ademir, que tentou correr, mas foi atingido e, depois de cair, foi executado com um tiro na nuca, falecendo no local. Segundo a esposa da vítima, o assassinato pode estar relacionado às ameaças de morte que vinham sofrendo de um latifundiário da região do Vale do Jamari.
Na noite de 7 de julho, ocorreu o velório do dirigente camponês em Ariquemes, que contou com a presença de familiares e companheiros de acampamento. Durante toda a noite veículos pertencentes a latifundiários da região circularam pelo local, observando e buscando intimidar as pessoas presentes no velório.
Por volta das 22 horas, um mototaxista entregou um bilhete para as pessoas que se encontravam na entrada da casa onde ocorria o velório. O bilhete continha um desenho, no qual eram representados um homem, uma mulher e três crianças com cruzes em cima de suas cabeças. O desenho do homem, que representa Ademir, aparecia riscado com um X e os outros desenhos em aberto, uma clara ameaça à vida da esposa e dos três filhos de Ademir.