Em 24 de julho, presidiários entraram em rebelião e colocaram fogo em colchões no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Dois dias antes, após a fuga de 16 pessoas, detentos do Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, no Acre, também realizaram uma rebelião.
Na edição nº 183 (2ª quinzena de janeiro/1ª de fevereiro de 2017), o AND colocou como manchete Rebelião é contra o velho Estado e apontou, no artigo 134 presos assassinados desde 1º de janeiro: “A nossa juventude que é diuturnamente reprimida, explorada, humilhada; em sua aguda revolta e indignação contra toda a situação de podridão do velho Estado, em sua condição de jovem que vê todo dia os ricaços cometendo todo tipo de crime contra o povo e a nação, a politicalha roubando tubos de dinheiro do povo, as escolas e hospitais públicos caindo aos pedaços; vendo seus familiares e amigos passarem a vida inteira em uma condição de exploração absurda etc.; são empurrados da forma mais brutal para a criminalidade, vendo este como um caminho de facilidades para deixar sua inaceitável condição”.
Quando presos, os pobres, em sua maioria negros, longe de serem “ressocializados”, são humilhados e agredidos, quando não assassinados nas masmorras do velho Estado, quase sempre superlotadas. Este é o ponto central das rebeliões que ocorrem nos presídios brasileiros.