O Comitê Central do PCI (Maoista), por meio do porta-voz, camarada Abhay, condenou energicamente o assassinato da jornalista Gauri Lankesh. Os maoistas acusaram o partido BJP e o primeiro-ministro Modi de serem mandantes da execução.
Priyanka Vora /Scroll.in
Ativistas e artistas democráticos protestam em Mumbai
“Se os governantes são os próprios cúmplices no crime, então todos sabemos qual vai ser o resultado de tal investigação.”, sentenciou o PCI (Maoista), lembrando que as execuções dos democratas Narendra Dabholkar, Govind Pansare e do escritor M.M. Kalburgi não foram cesclarecidas até hoje.
A conhecida jornalista democrática Gauri Lankesh, de 55 anos, foi assassinada a tiros em sua residência, em Raja Rajeshrawi Nagar, em Karnataka, no dia 6 de setembro.
Gauri Lankesh foi uma ativista decidida e corajosa que denunciou abertamente o gerenciamento reacionário do primeiro-ministro Narendra Modi e de seu partido BJP. Lankesh também ficou conhecida por demonstrar simpatia com o PCI (Maoista) na luta contra Modi.
Os dois assassinos estavam em uma moto e efetuaram sete disparos contra ela, a curta distância e com pistola, em uma evidente execução. Rana Ayyub, escritora indiana e colega de Lankesh, afirmou que ela foi ameaçada de morte várias vezes nos últimos dias antes do assassinato. Ayyub relacionou essas ameaças ao fato de Lankesh ter travado uma “luta contra a direita da Índia”.
Sendo assim, Lankesh não é a primeira democrata a ser morta ou perseguida após denunciar abertamente os crimes promovidos pela gerência Modi contra o povo. Entre estes democratas, destaca-se hoje o professor GN Saibaba que está preso, condenado à prisão perpétua sob a acusação de ligação com o PCI (Maoista). Saibaba tem 90% do corpo paralisado e tem sua saúde deteriorada por uma pancreatite aguda, para a qual as autoridades carcerárias recusam sistematicamente o tratamento.
Mulher é assassinada
Uma mulher foi assassinada por policiais no distrito de Gadchiroli, estado de Maharashtra, Índia. O crime foi noticiado pela imprensa no dia 18 de setembro. Segundo indícios, os agentes da polícia praticaram este crime sumário contra a população civil logo após uma ação dos maoistas, ocorrida horas antes.
A mulher, com identificação ainda não revelada, foi acusada de ser maoista pelos agentes. Esta é a senha para os soldados das forças policiais do velho Estado indiano promoverem impunemente execuções sumárias contra populações tribais e camponesas.
A emboscada utilizada como pretexto para o crime policial foi empreendida pelos combatentes do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL), dirigido pelo Partido Comunista da Índia (Maoista) e ocorreu na localidade de Bhendikanhar, também em Gadchiroli. A princípio, nenhum agente da reação foi aniquilado.
Faz parte da política de repressão do velho Estado indiano a prática de assassinatos sumários, seletivos ou em massa contra os mais pobres das regiões rurais, sobretudo as populações adivasis, onde o PCI (Maoista) goza de grande prestígio. Com isso, a repressão busca aterrorizar os camponeses e impedi-los de aderir às fileiras do EGPL.