Um brutal erro de cálculo em uma ação armada com caminhões-bomba provocou uma tragédia que matou 300 pessoas e feriu aproximadamente 400 outras no dia 14 de outubro, em Mogadíscio, capital da Somália. Segundo investigações, o ataque não tinha como alvo a população civil local.
A ação, que visava responder a uma operação militar ianque que assassinou 10 civis no interior do país, acabou por efetivar-se antes de alcançar o alvo pretendido. Conforme apurou um veículo do monopólio da imprensa, o britânico The Guardian, pesquisadores assinalam que o alvo era um setor do aeroporto onde estão instaladas as embaixadas da ONU e as tropas da União Africana, que realiza intervenção militar na região sob mando dos “conselheiros” e agentes de inteligência ianques.
A motivação
Os oficiais que investigam a ação (que não foi reivindicada por nenhum grupo armado) apontam que esta seria resposta a uma brutal operação de guerra coordenada pelas Forças Armadas ianque e somali, ocorrida em agosto de 2017.
A operação consistiu em uma tentativa de invasão à pequena cidade de Bariire, a 50 quilômetros a oeste de Mogadíscio, onde está localizada a principal base do grupo armado Al-Shabaab (que compõe a Resistência Nacional). Ali, os invasores ianques dirigiram a chacina que assassinou 10 civis.
O homem que dirigia o caminhão-bomba nesse ataque do dia 14/10 foi identificado pelo velho Estado somali como ex-soldado do Exército local, nascido em Bariire. Entre os 10 civis mortos na ocasião, três eram filhos seus. O homem também é um conhecido militante local, tendo atuado já no grupo armado União dos Tribunais Islâmicos que chegou a controlar grandes parte da Somália antes de ser expulso por uma invasão etíope coordenada pelo imperialismo ianque.
Apesar dos justos alvo e motivação da ação armada, o seu erro na execução com a imensa perda de vidas de gente das massas está custando caro aos grupos islâmicos que endossam a Resistência Nacional, já que, pela dimensão da tragédia, foram direcionados para despertar solidariedade internacional e condenação do “terrorismo”.
Uma ampla onda de desprestígio está impulsionando a campanha reacionária do imperialismo ianque da “guerra antiterror” e encontrando eco na opinião pública somali. “Tais ataques covardes revigoram o compromisso dos Estados Unidos de ajudar nossos parceiros da Somália e da União Africana a combater o flagelo do terrorismo”, pronunciou hipocritamente a missão ianque na região, sendo eles os principais responsáveis pelo caos que assola o país.
Intervenções imperialistas
Hoje, a intervenção armada do imperialismo ianque intensificou-se contra a nação somali desde o governo reacionário de Barack Obama, recebendo um impulso com o arquirreacionário Donald Trump. Bombardeios, sobretudo com a utilização covarde de drones, mergulham o país no caos assassinando indiscriminadamente civis, apresentados como “terroristas”. Por esta razão, cresceram as ações armadas dos grupos islâmicos no país.