Durante o Encontro camponês [ver páginas 7 e 8], o dirigente da LCP do Sul do Pará e Tocantins que foi atacado por pistoleiros no dia 23/10, em Xinguara, concedeu uma entrevista ao AND, na qual falou sobre a emboscada sofrida e a luta pela terra na região.
O dirigente nos contou que, nos últimos meses, pistoleiros a serviço de latifundiários locais dispararam contra acampamentos e de que policiais detiveram camponeses levando-os para delegacia dentro de viaturas junto com pistoleiros.
— Fatos como esse não é de agora que vem acontecendo. Os camponeses que iam apanhar água, lavar roupa, coletar castanhas etc. já estavam sendo ameaçados e intimidados pelos pistoleiros. A gente já denunciou a pistolagem na região, principalmente na região da fazenda Surubim, na Área Revolucionária Osmir Venuto, no município de Xinguara. Tem quatro anos que a gente está ali [na Área Revolucionária Osmir Venuto] lutando pela terra na região e a perseguição de pistoleiros cada vez maior, tentando impedir a luta camponesa - explica o dirigente.
No dia 23/10, quando foi atacado em Xinguara o dirigente camponês trabalhava na organização das massas camponesas e no Encontro em Pau D’Arco. Ele nos falou sobre o ataque que, denunciou, foi uma emboscada planejada por latifundiários da região.
— Os pistoleiros atiraram contra companheiros e companheiras que estavam no rio. Eu fui ajudá-los. Um pistoleiro ficou cerca de 50 metros de distância de mim, efetuou os três primeiros tiros, o quarto que me acertou e eu caí - explica o dirigente, que ao todo foi alvejado sete vezes, sendo encaminhado para o Hospital Municipal de Eldorado dos Carajás e depois transferido para um hospital em Marabá.