O Acampamento Bacuri foi despejado pela Polícia Militar no dia 24 de novembro em Rio Crespo, Rondônia. A PM criminosamente incendiou algumas casas das famílias camponesas – incluindo casas situadas fora do limite definido pelo mandado de reintegração de posse – e destruiu lavouras. Um camponês ainda foi agredido fisicamente, recebendo coronhadas nas costas. Segundo a carta aberta dos camponeses do Acampamento Bacuri, após o despejo, pistoleiros circularam pela área buscando intimidá-los, chegando a efetuar disparos de arma de fogo contra o acampamento.
As 66 famílias do acampamento estão abrigadas em uma área ao lado de onde ocorreu a reintegração de posse. Estas famílias receberam as promessas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Programa Terra Legal de que as terras seriam adquiridas desde 2013, mas até hoje nada foi cumprido.
Assassinato, detenções e agressões
Famílias do Acampamento Boa Sorte foram agredidas e dez pessoas foram presas em ação conjunta das polícias Militar e Ambiental no dia 25/11. O ataque ocorreu quando os camponeses montavam um acampamento em um lote cedido pelo próprio proprietário no Assentamento Flor do Amazonas, em Candeias do Jamari. Estas famílias estavam alojadas no Ginásio de Esportes de Candeias do Jamari após serem despejadas no dia 14/11 de uma fazenda situada dentro do Assentamento Flor do Amazonas.
Cerca de 20 policiais em cinco viaturas participaram da ação ilegal. Os policiais golpearam os camponeses com cassetetes, incluindo crianças e mulheres grávidas. Uma camponesa recebeu um soco no rosto. Bombas de efeito moral foram lançadas e disparos com armas de bala de borracha foram efetuados, causando ferimento nos camponeses. A Polícia Ambiental ainda apreendeu enxadas, facas, facões, foices e motosserras dos trabalhadores. Os dez camponeses detidos foram levados para a delegacia e horas depois liberados sem que fossem lavradas acusações contra eles.
Já no dia 07/12, um homem de 35 anos foi morto e outros dois foram baleados em um suposto confronto com camponeses em fazenda situada no Assentamento Flor do Amazonas. Uma caminhonete e uma moto foram queimadas e crivadas de balas.
A suspeita é de que os homens, que não tiveram os seus nomes divulgados pela polícia, sejam pistoleiros contratados pelo pretenso proprietário da fazenda, onde se situava o Acampamento Boa Sorte.